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CGEE lança boletim sobre bioeconomia amazônica - panorama de publicações científicas

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CGEE lança boletim sobre bioeconomia amazônica - panorama de publicações científicas

O Observatório de Bioeconomia (OBio) do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) lançou, ontem (25), durante webinar, o seu 3º boletim. A edição aborda o tema bioeconomia amazônica e faz parte de uma série que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento da bioeconomia brasileira, provendo inteligência estratégica para subsidiar a tomada de decisão em políticas públicas, empresariais e acadêmicas. O OBio viabiliza, ainda, um espaço integrado, estruturado e interativo para orquestrar a criação, a análise e o compartilhamento do conhecimento sobre o assunto. 

Durante a abertura, o diretor-presidente do Centro, Fernando Rizzo, lembrou dos estudos da instituição em torno da temática Amazônia e das edições anteriores lançadas pelo observatório. A primeira trouxe um panorama mundial sobre os principais temas abordados em publicações científicas sobre bioeconomia. A segunda, por sua vez, teve como foco a bioeconomia brasileira, analisando 8,9 mil artigos nacionais. A terceira, sobre bioeconomia amazônica, propõe um debate acerca das oportunidades que esse bioma tem a oferecer. 

Nesse contexto, o coordenador do OBio, Marcelo Poppe, destacou que a publicação é mais uma contribuição do CGEE para o entendimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação sobre as necessidades e as oportunidades que o país tem para a promoção do desenvolvimento sustentável. "Nesse caso da bioeconomia, temos vantagens comparativas bastante expressivas e temos que providenciar todas as possibilidades para transformá-las em vantagens competitivas e poder contribuir com o desenvolvimento sustentável no planeta", afirmou. 

O pesquisador colaborador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Nobre, ressaltou a importância para o país desenvolver a bioeconomia. De acordo com ele, o percentual do Produto Interno Bruto de todos os produtos da biodiversidade brasileira é de 0,3%, puxados em primeiro lugar pelo açaí e depois pela mandioca. Para se comparar, a cadeia da carne bovina responde por 7%. "Nós temos a maior biodiversidade do mundo, mas nunca os produtos da nossa biodiversidade tiveram um papel relevante na economia nacional. Esse é um grande desafio. Para isso, obviamente, nós precisamos de ciência e tecnologia", afirmou. 

O webinar contou, ainda, com apresentações do fundador da startup Amazonomy, Gabriel Nunes; do diretor de Inovação em Bioeconomia do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Carlos Gabriel Koury; e da assessora técnica do CGEE, Daniela Fartes.  

Publicação 

O novo boletim do OBio apresenta uma discussão sobre a bioeconomia amazônica; os resultados de um mapeamento exploratório de iniciativas em bioeconomia na região; um panorama de mais de 23 mil publicações científicas sobre a Amazônia; e as conclusões. 

De acordo com a publicação, ainda não há dados concretos sobre o valor financeiro que uma bioeconomia da biodiversidade poderia gerar, mas algumas cadeias que estão em desenvolvimento apontam para um enorme potencial. Dados do projeto Amazônia indicam que, enquanto a pecuária e a soja demandam 240 mil quilômetros quadrados para gerar R$ 604 por hectare ao ano, três alimentos amazônicos - açaí, cacau e castanha - demandam 3,5 mil quilômetros quadrados em sistemas agroflorestais e resultam em R$ 12,4 mil por hectare ao ano. Outro dado divulgado pelo boletim, oriundo da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), estimou que a bioeconomia pode adicionar US$ 284 bilhões à indústria brasileira até 2050. 

A íntegra do boletim está disponível neste link.