Retornar para página inteira
Voltar

CGEE participa de comitê sobre igualdade de gênero nas políticas de CT&I

Igualdade

CGEE participa de comitê sobre igualdade de gênero nas políticas de CT&I

A presença feminina tem crescido cada vez mais na área científica. No entanto, apesar das contribuições históricas delas, as estatísticas revelam que o protagonismo dos homens é quase unânime no setor até hoje.

Nomeada para representar o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) em comitê interno, criado pelo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para abordar a promoção da igualdade de gênero nas políticas da área de C&T, a assessora técnica Flávia Jesini afirma que medidas institucionais que visem a reduzir essa desigualdade são necessárias para que as líderes do setor CT&I tenham o reconhecimento merecido. Ela avalia que, neste cenário, a competência tem que vir em primeiro lugar. 

"Para as mulheres atuantes em CT&I, área em que os valores e a presença masculina predominam, é importante assegurar a isonomia entre os gêneros no que diz respeito ao privilégio da meritocracia quando se trata de desempenho de funções complexas, ocupação de altos cargos, atribuição de responsabilidades, remunerações e salários justos", afirma.

A decisão para fundar o comitê foi anunciada durante conferência livre com o tema “Mulheres na ciência”, realizada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), na sede da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), em Brasília (DF), com videoconferência direta com os institutos de pesquisa do MCTI. 

"Minimizar a hostilidade de certos ambientes de trabalho, assegurar medidas protetivas contra assédios morais e sexuais e descortinar preconceitos em determinadas carreiras são ações necessárias para que as mulheres sejam mais participativas e reconhecidas na área de CT&I”, destaca.

A publicação “Doutores 2010: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira”, realizada pelo Centro em 2010, aponta que, constituindo 51% do total, desde 2004, as mulheres brasileiras são maioria entre os doutores titulados no Brasil. O estudo aponta o País como o pioneiro entre as nações que alcançaram esse marco de igualdade de gênero no nível mais elevado da formação acadêmica. 

"Esses dados ainda não se refletem no mercado de trabalho, indicando um dos grandes obstáculos no alcance do sucesso de políticas públicas voltadas para o gênero feminino", lembra Jesini.

A conferência

Jesini analisa que a conferência livre foi uma oportunidade para que as representantes dos institutos de pesquisa do ministério pudessem debater o que as instituições têm feito em relação a questões de gênero nas políticas internas e externas que adotam.

"Foi extremamente interessante conhecer os perfis que deverão compor o comitê. As mulheres presentes compartilharam fatos interessantes e histórias de vida, particularidades do dia a dia no desenvolvimento das próprias atividades profissionais, ambições, dificuldades, frustrações etc. Além disso, foi importante para nos colocar a par de grande parte das iniciativas que têm sido conduzidas por lideranças militantes na questão de gênero, como a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM)", ressalta.

Com o tema "Mais direitos, participação e poder para as mulheres", a SPM realiza, em março de 2016, a 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres.