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4ª CNCTI será a primeira em ano eleitoral

Jornal da Ciência

4ª CNCTI será a primeira em ano eleitoral

24/05/2010

Pela primeira vez, uma Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia (CNCTI) ocorrerá em ano de eleições presidenciais

Tratar da construção de uma política de Estado não poderia ser tema mais oportuno, portanto. Com otimismo, observadores envolvidos na preparação dos debates da 4a CNCTI veem as eleições mais como oportunidade para consolidar uma agenda independente de governos do que como ameaça ao sucesso dos debates.

Esta quarta edição da CNCTI será também a primeira após a transição política entre partidos de campos políticos formalmente opostos, de 2002 para 2003. Sem a possibilidade de reeleição no governo federal, o cenário de mudanças se coloca mesmo no caso de vitória da pré-candidata governista, Dilma Roussef.

Na análise do secretário-executivo da 4ª CNCTI, Luiz Davidovich, o período eleitoral é oportuno porque aumenta a possibilidade de a conferência influir nas agendas dos candidatos, incluindo pontos consensuais nos programas de governos de todos. "O ano eleitoral pode levar a certa polarização de algumas questões, mas, pelo que estou vendo, está havendo consenso dentro da comunidade científica e do empresariado em relação a várias questões", diz Davidovich.

O presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, concorda. Para ele, "pode ser mais complexo" debater sob a perspectiva de mudança de governo no plano federal, mas a conferência pode mobilizar ainda mais a comunidade científica, seja no sentido de mostrar a importância do apoio à ciência e tecnologia para os candidatos, seja na possibilidade de dar rumos para a nova gestão. "A mudança pode significar abertura para propostas", lembra Raupp.

"A 4ª CNCTI certamente gerará subsídios importantes para o governo que se estabelecerá a partir de janeiro. Pela participação esperada, pelos consensos que se buscarão construir, o resultado será uma agenda futura legítima", escreve a presidenta do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), em resposta por e-mail. Para ela, a coincidência entre a conferência e as eleições gerais é positiva.

Antídoto

Por fim, há quem aposte no atual nível de avanço na política científica e tecnológica como antídoto contra incertezas mesmo com a mudança de governo no próximo ano. Davidovich sugere essa análise, concordando com o discurso do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, na cerimônia de posse de novos membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC), no início do mês.

"Esse processo (de fortalecimento da ciência) tornou-se irreversível. Qualquer que seja o próximo governo, ele não vai poder retornar nesse processo de aprofundamento de tudo o que envolve ciência e tecnologia, em todos os campos, e de fazer com que os institutos de pesquisa e as empresas sejam atores de desenvolvimento", afirmou Rezende.

(Marcelo Medeiros e Vinicius Neder, do Jornal da Ciência)

Nota da redação: Esta matéria foi publicada na edição 666 do "Jornal da Ciência", que tem conteúdo exclusivo. Informações sobre como assinar a edição impressa pelo fone (21) 2295-5284 ou e-mail jciencia@jornaldaciencia.org.br


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