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Boas ideias que se convertem em ideias

Folha de Londrina

Boas ideias que se convertem em ideias

01/02/2018

Boas ideias são moedas valiosas para o mercado. Nesta bolsa de valores, em que ninguém corre risco, mas investe com segurança, quem sabe converter inspiração e trabalho em soluções inovadoras está em alta. A escolha por um mestrado profissional pode aumentar a sua cotação na carreira.

Do ponto de vista de legislação, o mestrado profissional é igual ao acadêmico e com condições de disputar vagas ofertadas em concursos de seleção de docentes de universidades públicas. Porém, é altamente qualificado para o mercado de trabalho. 

Um incentivo a mais para os que buscam formação é que, no Brasil, mestres ganham quatro vezes mais que um trabalhador comum, como aponta estudo do CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos). 

Porém, o Brasil ainda forma poucos mestres e doutores. De acordo com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), fundação vinculado ao MEC (Ministério da Educação), são 59,6 mil mestres e 20,6 mil doutores titulados no País, o que sequer representa 0,1% da população brasileira. 
 
Já o Manual de Indicadores de Desenvolvimento 2017, produzido pelo Fórum Desenvolve Londrina, aponta que as instituições de ensino superior da cidade formaram, em 2016; 855 mestres e doutores. 
 
São profissionais que, além de outros objetivos, querem aumentar a sua cotação no mercado e enfrentar a grande reestruturação global do trabalho em que, no Brasil, pelo menos 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação até 2030, segundo a consultoria McKinsey. 

O interesse por transformar boas ideias em moedas valiosas neste mercado cotado por soluções inovadoras, triplicou os mestrados profissionalizantes em seis anos no Brasil, saltando de 247, em 2010, para 703, em 2016. 

De acordo com o Fórum Desenvolve Londrina, na cidade, hoje, são cinco cursos de mestrado profissional. O mestrado profissional em clínica veterinária, da UEL (Universidade Estadual de Londrina), por exemplo, é o único na área no Brasil. 

"Uma das grandes vantagens do mestrado profissional é que o aluno não precisa deixar o trabalho, o que acontece na modalidade acadêmica em que recebe uma bolsa, mas a exigência é de dedicação total. O mestrando traz uma ideia focada para o mercado, com impacto rápido no local de trabalho. Também acredito que é o melhor segmento para formar docentes porque o foco é a inovação", explica o professor Wilmar Marçal, um dos idealizadores do curso. 

Nesta linha, pesquisas do curso da UEL desenvolvem inovações, como a que oferece uma maneira de criar abelhas, no Paraná, sem que os insetos morram por agrotóxicos. 

O curso gratuito foi aprovado pelo MEC em julho de 2013. Na primeira avaliação trienal do ministério, saltou de uma nota 3 para 4 numa pontuação máxima de 5, o que dá condições para universidade pleitear o doutorado profissional em veterinária clínica. 

"É um curso de uma interface grande e traz alunos que têm perfil profissional para resolver problemas com enfoque no dia a dia da profissão. Existem empresas privadas que buscam as universidades para propor esses cursos. Muitos têm início e fim somente para encontrar uma solução tecnológica. São cursos que, quando são criados, contam com recursos financeiros, o que é importante para o desenvolvimento da pesquisa. Entre as vantagens em relação ao acadêmico é a inserção social. Os alunos precisam realizar atividades complementares na comunidade", afirma o coordenador, Marcelo Zanutto. 

Profissionais que o mercado quer 

Juntar os pontos. É o que faz o mestrado profissional ao transformar uma ideia, que surgiu no mercado, em solução. Para alunos como Cristiane Nakahata, além de novos degraus na carreira, o curso é a oportunidade de conquistar habilidades em demanda. 

Cristiane é aluna do curso em Clínica Veterinária da UEL e sempre quis fazer um mestrado para ser professora e investiu no profissional porque a carga horária é mais flexível. 

A veterinária tem um hospital veterinário e desenvolve uma pesquisa que facilita o diagnóstico, reduz custos e ao final estabelecerá um padrão de referência para a medição de corpos cetônicos em gatos. Exame que também poderá ser feito em cães e outros animais. 

"É um trabalho que já estou aplicando na minha vida profissional. Coleto sangue dos animais e uso a mesma fita para medir taxas de glicose em humanos. O que tem no mercado é uma técnica de diagnóstico que custa R$ 80,00. Com a que desenvolvi o custo cai para R$ 10,00", explica Cristiane.


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