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Bolsas de iniciação científica cresceram abaixo do total de matrículas no ensino superior, diz governo

G1

Bolsas de iniciação científica cresceram abaixo do total de matrículas no ensino superior, diz governo

25/04/17

Um estudo realizado por órgão ligado ao Ministério da Ciência mostra que o total de bolsas de iniciação científica cresceu abaixo do total de matrículas no ensino superior entre 2001 e 2013. Apesar do ritmo das bolsas não ter acompanhado a recente expansão do ensino superior, a iniciativa melhorou o desempenho de estudantes, de acordo com o estudo. 

A pesquisa, além de mostrar o crescimento e a distribuição das bolsas, também avaliou seus impactos. A conclusão foi que estudantes universitários que recebem bolsas de iniciação científica têm melhor desempenho acadêmico, conquistam salários maiores no mercado de trabalho e chegam mais rápido ao mestrado e ao doutorado. 

As conclusões fazem parte do estudo "A formação de novos quadros para ciência, tecnologia e inovação: avaliação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do CNPq”, apresentado nesta terça-feira (25). O levantamento foi conduzido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). 

“A experiência prática da execução de um projeto de pesquisa, além de promover o aprendizado técnico, permite que o jovem estudante tenha de lidar diretamente com a complexidade da atividade científica, estimulando, dessa forma, a criatividade e o uso de métodos rigorosos na solução de problemas no exercício de sua futura profissão. Tudo isso com um investimento de R$ 400 mensais”, destaca o presidente do CGEE, Mariano Laplane. 

Titulação

Os resultados do estudo mostraram redução no tempo de titulação do mestrado. De acordo com a pesquisa, o número de estudantes cujo intervalo entre a última bolsa Pibic e a conclusão do mestrado foi menor que 3 anos aumentou sistematicamente em relação ao grupo que demorou de 4 a 5 anos. 

De acordo com a avaliação, o tempo de participação no programa tem forte influência sobre a conclusão do mestrado. A concessão de bolsas por curtos períodos não indica o mesmo efeito positivo de estímulo à continuidade dos estudos na pós-graduação, nem amplia a intenção de seguir na carreira científica. 

Os resultados apontam que o Pibic também contribui fornecendo mão de obra qualificada para o setor industrial, um dos desafios postos para o país. O estudo indica que a proporção de mestres e doutores egressos do Pibic que se encontravam trabalhando, em 2014, na indústria de transformação foi de, respectivamente, 6,1% e 2,1%. 

Apesar de pequena, essa proporção é maior que a de mestres e doutores em geral, respectivamente 4,9% e 1,4%. 

No que diz respeito à remuneração, os resultados demonstram que os egressos do Pibic - mesmo isolados os efeitos das outras variáveis, como concluir a pós-graduação, idade, gênero, áreas do conhecimento - apresentaram uma remuneração um pouco maior, de 5%, quando comparados com os alunos que não foram contemplados pelo programa. A diferenciação maior na remuneração, no entanto, ocorrerá com a conclusão do mestrado e doutorado. 

Crescimento das bolsas

O Pibic apresentou, entre 2001 e 2013, expansão do número de bolsas de 14,5 mil para 24,3 mil, um crescimento de 67%, representando 81% das bolsas de IC dadas pelo CNPq no final do período, contra 77% no início. Apesar de expressivo, o crescimento do Pibic (e do conjunto de bolsas IC e Pibiti) está aquém da expansão das matrículas de graduação no setor público (+104%) e de pós-graduação (+116%). 

De acordo com as entrevistas realizadas, 67% dos bolsistas pretendem cursar a pósgraduação, seja com o mesmo projeto da IC ou com outro projeto. Esse padrão de respostas indica que o Pibic constitui, de fato, um poderoso instrumento para canalizar o interesse do estudante de graduação para a pós-graduação. 

 
 


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