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Brasil: A Economia Natural do Conhecimento

Jornal da Ciência

Brasil: A Economia Natural do Conhecimento

17/12/2008

Edição brasileira do estudo feito em parceria com organização inglesa foi publicada e está online


Já está disponível o estudo Brasil: A Economia Natural do Conhecimento, versão em português do trabalho homônimo publicado em julho último pela organização britânica Demos.

O lançamento da edição brasileira aconteceu no dia 20 de novembro, durante a I Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, que o Itamaraty organizou em SP.

Na ocasião, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) entregou cópias do estudo ao ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e ao embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Collecott. O estudo faz parte do Atlas das Idéias, série de estudos com o qual a Demos pretende traçar a nova geografia global da inovação.

A presidenta do CGEE, Lucia Melo, e a autora, Kirsten Bound -- que veio de Ruanda, onde trabalha hoje em dia - participaram do lançamento. Lucia destacou o papel do CGEE na elaboração do documento, de identificação de pessoas e instituições que atuam nas áreas de ciência e inovação no Brasil. Segundo ela, o Atlas das Idéias traça um novo perfil da CT&I no mundo, baseado nessa nova geografia, que se ramifica para países em desenvolvimento.

A parceria CGEE - Demos

Em 2007, o CGEE foi convidado pela Demos para tomar parte no estudo sobre o Brasil (clique aqui para saber mais sobre o projeto). A parceria constituiu a primeira ação de cooperação internacional do Centro.

A Demos é uma organização de consultoria e pesquisa que atua em seis áreas de concentração: ciência e tecnologia, serviços públicos, cidades e espaço público, arte e cultura, identidade e segurança global. O projeto Atlas das Idéias surgiu com o objetivo de explorar mudanças na geografia global de ciência e inovação, detectando os novos focos e fontes de criação na área científica e tecnológica no mundo. O CGEE assessorou a equipe européia em todas as etapas da elaboração do trabalho, desde as visitas de campo até a redação final do documento.

A expressão “economia natural do conhecimento” se refere ao potencial brasileiro para se desenvolver gerando conhecimento para aproveitar seus recursos naturais, escassos em várias partes do planeta. Segundo Kirsten, o caso do Brasil contraria a visão de mundo que divide os países linearmente, colocando em extremos opostos os detentores de conhecimento e os detentores de recursos naturais. O Brasil alia grande diversidade de bens naturais com conhecimento aqui produzido.

Fórum de cooperação Reino Unido - Brasil

Kirsten aproveitou a visita ao país para relatar a experiência de elaboração do estudo durante o Fórum de Inovação UK-Brazil, realizado em São Paulo nos dias 18 e 19 de novembro.

Organizado pelo Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia da Região Sudeste (Fortec - Sudeste), em conjunto com a Embaixada Britânica no Brasil, o evento apresentou as formas de organização e as práticas da relação Universidade-Empresa de algumas das mais importantes instituições de ensino superior do Reino Unido.

Em sua apresentação, Kirsten traçou o panorama da situação da CT&I no Brasil e apontou questões globais que vem sendo realçadas pelo crescimento econômico: a crise de energia, as mudanças climáticas, a preservação do meio ambiente e a escassez de alimentos. O Estado de Direito da ciência brasileira, a atividade de inovação e a densidade populacional também estiveram na pauta da pesquisadora, graduada em Estudos Políticos e Sociais Europeus. Kirsten finalizou sua apresentação falando sobre os desafios do Brasil, como a desigualdade social e regional, o sistema educacional aquém de seu potencial e o peso do capital ambiental.

O diretor do CGEE e supervisor do projeto Atlas das Idéias no Brasil, Fernando Rizzo, também participou do Fórum. Em sua palestra, intitulada “Estudos estratégicos e políticas de ciência e tecnologia no Brasil”, Rizzo citou como exemplos: 1) o Portal da Inovação - ferramenta de governo eletrônico desenvolvida pelo CGEE em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); 2) o Estudo Prospectivo Setorial da Aeronáutica - realizado também para a ABDI dentro do Programa Estratégico Setorial (PES), que engloba estudos de outras dez cadeias produtivas; 3) Semicondutores Orgânicos; 4) Dimensão Territorial dos Planos Plurianuais; e 5) o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). O modelo do Sibratec é similar ao modelo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e age em atividades de pesquisa e desenvolvimento pela inovação, serviços tecnológicos e transferência tecnológica e assistência.

Entre outros temas, discutiu-se no encontro os sistemas de CT&I da Região Sudeste, o diálogo entre universidades e o mundo comercial e estudos de caso de tecnologias brasileiras. De acordo com Osvaldo Massambani, coordenador da Agência USP de Inovação, que ajudou a organizar o Fórum, o encontro permitiu aos brasileiros conhecerem a estrutura organizacional das agências de inovação britânicas e comparar com as similares brasileiras.

A publicação em português

O projeto gráfico da versão brasileira é diferente do original em inglês. Os sete capítulos -- Panorama, Pessoas, Lugares, Negócios, Cultura, Colaboração e Prognósticos - estão distribuídos em 114 páginas. O prefácio à edição brasileira, assinado por Maria Ângela Campelo de Melo, coordenadora técnica da publicação no CGEE, relata o impacto que a realização do estudo teve sobre a pesquisadora inglesa: ela teria se tornado, “pouco a pouco, uma crítica contundente da visão européia estereotipada sobre um país tropical pouco desenvolvido”, o que a teria levado “a um deslumbramento em relação às conquistas científicas brasileiras de fronteira e à sofisticada inovação que parece brotar aqui em todos os lugares”.

Para fazer o download de Brasil: a Economia Natural do Conhecimento, em português e inglês, visite: http://www.cgee.org.br/publicacoes/atlas_of_ideia.php
(Assessoria de Comunicação do CGEE)


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