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Com apoio a pesquisadores, CNPq elevou o patamar da ciência no Brasil, diz secretário

MCTIC

Com apoio a pesquisadores, CNPq elevou o patamar da ciência no Brasil, diz secretário

25/04/17

A ciência brasileira mudou de patamar a partir de 1951, com a fundação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A avaliação é do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Jailson de Andrade, que participou, nesta terça-feira (25), das celebrações pelo aniversário de 66 anos do CNPq.

"Na realidade, a criação do CNPq e da Capes institucionalizou a ciência no Brasil", disse Jailson. "Sempre ressalto que essas duas agências e a Finep [Financiadora de Estudos e Projetos] são extremamente necessárias exatamente como elas são. O CNPq apoia um CPF, desde o jovem aluno até o cientista mais qualificado; a Finep apoia um CNPJ, de uma empresa de pequeno ou grande porte a um governo municipal, estadual ou federal; e a Capes está no seio das universidades e gerou as pró-reitorias de pesquisa e pós-graduação, instituídas diante da necessidade de interagir com o órgão. São três sistemas, e nós precisamos muito deles, porque estão na origem e na consolidação da ciência, tecnologia e inovação [CT&I] em nosso país."

Jailson acompanhou na segunda-feira (24), no Rio de Janeiro, a inauguração da exposição Inovanças, no Museu do Amanhã, marco inicial das comemorações pelos 50 anos da Finep. "Ela mostra com riqueza de detalhes o papel da financiadora e também do MCTIC de transformar o país com inovação. Hoje, celebramos os 66 anos do CNPq, que tem uma vivência mais longa e uma ação muito grande no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil."

O presidente do CNPq, Mario Neto Borges, destacou como primordial, ao longo dos 66 anos, a tarefa de gerar "muita ciência, com boa qualidade, focada na solução de problemas nacionais, para o avanço das fronteiras do conhecimento e, portanto, para o desenvolvimento sustentável de longo prazo do nosso país". Na visão dele, a agência precisa continuar a priorizar a formação da juventude, para que o Brasil disponha de novas gerações que observem "ciência, tecnologia e inovação como um tripé equilibrado, capaz de beneficiar a sociedade".

Jailson e Mario Neto homenagearam os servidores aposentados em 2016 e aqueles que completam 25 anos de serviço em 2017. Também participaram do evento o secretário de Política de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, o diretor do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Fernando Rizzo, e os diretores de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde, Marcelo Morales, de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais, Adriana Tonini, e de Gestão e Tecnologia da Informação do CNPq, Carlos Roberto Fortner.

Idealizado pelo almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, o então Conselho Nacional de Pesquisas foi instituído em 15 de janeiro de 1951, com finalidade de promover e estimular o desenvolvimento científico e tecnológico, mediante a concessão de recursos para pesquisa, a formação de pesquisadores e técnicos e a cooperação com universidades brasileiras e estrangeiras. A primeira reunião de seu Conselho Deliberativo ocorreu em 17 de abril daquele ano – motivo pelo qual a agência celebra seu aniversário neste mês.

Iniciação científica

Durante a solenidade, o presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Mariano Laplane, apresentou o documento "A formação de novos quadros para CT&I", que avaliou resultados de 2001 a 2013 do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), criado no final dos anos 1980 como um canal de descentralização da seleção e do acompanhamento dos projetos para as instituições de ensino superior e pesquisa, por meio das quais as bolsas passaram a ser concedidas.

"No caso do Pibic, nos concentramos em levantar os impactos em três dimensões: para os jovens bolsistas e os seus orientadores, para o sistema de ensino superior e para a sociedade", afirmou Laplane. "De 2001 a 2013, o Pibic experimentou uma expansão notável, potencializada mais adiante pela criação do Pibiti, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, uma iniciativa análoga, existente desde 2007."

Uma das conclusões do estudo é que os alunos de graduação contemplados pelo Pibic, ao terem contato com a iniciação científica, sob orientação de um pesquisador qualificado, beneficiam-se não apenas da experiência acadêmica, mas também da inserção profissional em diversas áreas do conhecimento e da aceleração de seu caminho para mestrado e doutorado, com a redução do tempo de intervalo antes da pós-graduação.

Os resultados apontam, ainda, que o Pibic contribui para o setor industrial, ao ajudar a fornecer mão de obra qualificada. O estudo indica que a proporção de mestres e doutores egressos do programa que se encontravam trabalhando na indústria de transformação em 2014 era de, respectivamente, 6,1% e 2,1%. Os percentuais superam os de mestres e doutores em geral, 4,9% e 1,4%.

Atualmente, o CNPq concede mais de 24 mil bolsas de iniciação científica. Somente nos últimos 10 anos, o Pibic contemplou 5.178 instituições e 316.885 estudantes – 270,9 mil deles no país e 45,9 mil no exterior.

Ao todo, o CNPq apoia, hoje, 90 mil bolsistas, incluindo 15 mil cientistas com o mais alto nível de amparo, ou seja, as bolsas de Produtividade em Pesquisa e de Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora.

 "O que realizamos, por encomenda do MCTIC, é mais uma etapa da construção de um sistema de avaliação da trajetória formativa e profissional, com ênfase nos resultados desse esforço na inserção dos estudantes brasileiros no mercado de trabalho", explicou Laplane, em referência ao mapeamento feito pela série de publicações do CGEE sobre mestres e doutores. "Agora, atingimos o espaço da iniciação científica."

Segundo o presidente do CGEE, a organização social se debruça atualmente em estudar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2011.


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