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Grupo brasileiro realiza pesquisa de campo sobre política regional europeia

Diálogos Setoriais

Grupo brasileiro realiza pesquisa de campo sobre política regional europeia

14/01/2016

A ação Bases para Implantação de um Sistema Regional de Inovação (SRI) em Território Selecionado da Política Regional Brasileira, patrocinada pelo Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil e coordenada pelo Ministério da Integração Nacional (MI), realizou, em dezembro, missão à Europa para prospectar e reforçar parcerias e conhecer localidades congêneres às sub-regiões de Goiana e Caruaru, em Pernambuco – estado escolhido como território-piloto para a introdução desse modelo de desenvolvimento. Integraram a delegação do Brasil Amarildo Baesso, Secretário Substituto de Desenvolvimento Regional e Diretor do Departamento de Gestão de Políticas de Desenvolvimento Regional do MI; Paulo Pitanga do Amparo, Coordenador Geral de Monitoramento e Avaliação de Políticas Regionais do MI; e Henrique Villa, Assessor Técnico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

O primeiro compromisso foi na sede do Institute for Prospective Technological Studies (ITPS), em Sevilha, Espanha, onde participaram de reunião com especialistas da entidade para conhecer as novidades da política regional europeia, também chamada de política de coesão, e a abordagem Research and Innovation Strategies for Smart Specialisations (RIS3), guia metodológico para gestores e tomadores de decisão envolvidos com questões relacionadas ao desenho, elaboração e implementação de estratégias regionais ou nacionais de inovação e pesquisa. “Utilizaremos essa metodologia na proposição do SRI brasileiro em Pernambuco, o que confere grande importância a esse encontro”, informou Paulo Pitanga. A comitiva também visitou a Agência de Inovação e Desenvolvimento da Andaluzia na mesma cidade.

Em Portugal, as atividades foram voltadas para os territórios congêneres às sub-regiões pernambucanas onde será implantado o SRI brasileiro. Os integrantes da missão visitaram a Autoeuropa, grande conglomerado comandado pela Volkswagem localizado no distrito de Setúbal, nas imediações de Lisboa, que é considerado o território-espelho de Goiana, cujos arranjos produtivos abrangem as áreas de tecnologia da informação e da indústria automotiva. Na capital portuguesa, estiveram na Agencia Nacional de Inovação (ANI) para obter informações sobre as estratégias para apoio e financiamento da inovação nas empresas e em territórios selecionados pela política de coesão em Portugal. Nas proximidades da cidade de Porto, realizaram visitas técnicas à fábrica Calvelex, ao Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confecção e Lanifícios (Modatex) e à Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção (Anivec). Essa região assemelha-se a Caruaru, polo de produção têxtil.

A última parada foi em Bruxelas, Bélgica. Os brasileiros se reuniram com autoridades da Comissão Europeia para apresentar a primeira fase da ação e negociar o suporte europeu para a segunda fase, que tem como foco a elaboração do projeto executivo para implementação do SRI em Pernambuco. “O encontro em Bruxelas foi importante para direcionar os rumos da ação. Até o final de janeiro, o Ministério da Integração Nacional, em parceria com as demais instituições envolvidas, pretende divulgar a previsão orçamentária inicial e fazer o detalhamento para elaboração do projeto executivo, que deve ocorrer entre março de 2016 e março de 2017”, explicou Amarildo Baesso.

 

Abertura do “Workshop Inovação e Desenvolvimento Territorial”, realizado em Recife

 

Missão europeia a Pernambuco

Uma comitiva europeia esteve em Pernambuco, em outubro, para participar de evento sobre a política regional brasileira e conhecer o território selecionado para implantação do SRI. Integraram a delegação estrangeira Manuel Laranja, perito internacional; John Edwards, do ITPS; Antônio Teixeira, da empresa portuguesa Norte Zozo; e Nuno Araújo, do Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM). Participaram das atividades as seguintes autoridades brasileiras: Antônio Carlos Galvão, Diretor do CGEE; Henrique Villa da Costa Ferreira, Assessor do CGEE; Lúcia Carvalho Pinto de Melo, Secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Pernambuco (Sectec/PE); Ana Cristina Fernandes, Diretora de Planejamento, Articulação e Coordenação da Sectec/PE; e Paulo Pitanga do Amparo, Coordenador Geral de Monitoramento e Avaliações de Políticas Regionais do MI.

O "Workshop Inovação e Desenvolvimento Territorial", realizado em Recife, teve como finalidade o intercâmbio técnico para identificação dos setores para o projeto piloto e a apresentação do território escolhido para que o perito internacional pudesse elaborar a proposta de intervenção na área. Na ocasião, foi identificada a necessidade de se conhecer mais os problemas dos dois territórios; integrar ações; identificar oportunidades; e qualificar pessoas.

Manuel Laranja ressaltou o desafio do projeto de articular dois setores com perfis distintos de requerimentos de inovação. “No caso das confecções, ganham relevo as instituições de ensino e pesquisa com papel central numa lógica de inovação incremental e inclusiva, que permita a diminuição da informalidade e inovações em máquinas mais atualizadas. No segmento automotivo, há o risco de que a fábrica venha a ser transferida para outra localidade por conta de condições de mercado, bem como de ficar apenas com os fornecedores do Parque 1, já instalado. Sendo assim, é preciso formar grupos de trabalho para definir mais detalhadamente o que fazer doravante, bem como promover a formação profissional nas duas sub-regiões”, ponderou o perito internacional.

O grupo formado por europeus e brasileiros visitou o Porto Digital e o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), na capital pernambucana; o polo de confecções do Agreste do estado, que abrange Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru; e a fábrica da Fiat-Chrysler em Goiana. John Edwards declarou estar impressionado com o que está ocorrendo na região e disse que a visita ao CESAR mostrou a efetividade do sistema de inovações. “Mesmo pequenas inovações podem mudar a região”, afirmou ao recomendar a adoção de programas de educação massivos e estímulo ao desenvolvimento endógeno, aprendendo com outras experiências.


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