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Nuclear: estudo sobre cadeia de suprimento tem nova fase

Ambiente Energia

Nuclear: estudo sobre cadeia de suprimento tem nova fase

29/05/2010

Da Agência Ambiente Energia - O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) iniciaram no primeiro semestre deste ano a segunda fase do estudo sobre a cadeia de suprimento do programa nuclear brasileiro. Segundo a líder do estudo Liliane Rank, assessora do CGEE, esta etapa prevê a especificação e o dimensionamento da demanda de suprimentos, fundamentada na expansão prevista para o setor, além de estabelecer um diálogo entre oferta e demanda para identificar oportunidades de investimentos que fortaleçam a base industrial do país. Concluída no final de 2009, a primeira fase originou o relatório “Estudo da Cadeia de Suprimento do Programa Nuclear Brasileiro: contextualização e perspectivas do setor de produção de energia nuclear no Brasil”.

O Plano Nacional de Energia (PNE) considera cinco cenários de potência instalada no país até 2030. Segundo o plano, a participação da energia nuclear neste período passaria de 2,1% para 3%, no cenário mais modesto. No mais otimista, a evolução seria para até 5%. O plano prevê a construção de quatro a oito usinas nucleares nos próximos anos, com as obras de Angra 3 começando este ano. A previsão é que o governo defina ainda este ano a localização de uma quarta usina, que, provavelmente, ficará na região Nordeste.

“Por isso o estudo é primordial”, afirma Odair Gonçalves, presidente da CNEN. “Precisamos dominar a produção de algumas ligas metálicas. O estudo é fundamental principalmente para as áreas de insumos e infraestrutura”, diz. Segundo Gonçalves, a expectativa é que a indústria nacional domine toda a cadeia de suprimento até 2015.

Para ele, esta alternativa traz a vantagem de não poluir a atmosfera. “Mas a principal vantagem mesmo é econômica”, afirma. “A energia nuclear é mais barata que o óleo, e o valor se equipara ao do carvão e do gás natural. Além disso, exige pouco espaço de armazenamento de combustível, já que 10 g de urânio enriquecido produzem a mesma eletricidade que 1.200 kg de carvão ou 700 kg de óleo”, diz.

“Num momento de intensas discussões sobre mudanças climáticas e aquecimento global, as alternativas tecnológicas de produção de energia vêm sendo repensadas pelas sociedades, e os avanços na tecnologia nuclear permitiram um olhar diferente sobre este modelo de geração de energia elétrica”, Liliane Rank, do CGEE.

A ideia é que as propostas originidas do estudo do CGEE contribuam para promover a mobilização do complexo industrial nuclear brasileiro, para que ele esteja preparado para fornecer serviços, materiais e equipamentos em grau crescente de nacionalização.

O relatório da primeira fase lista uma série de sugestões que devem ser adotadas pelo setor produtivo, pelo governo e por instituições brasileiras a partir de 2010. Entre eles estão: fazer um levantamento da matriz de demanda versus oferta do setor nuclear; promover uma busca na produção nacional de enxofre; verificar os montantes dos déficits projetados no tempo, em uma comparação entre a capacidade de produção agregada ao sistema e a expansão das usinas em operação, para verificar as ordens de serviços externas necessárias até 2030.


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