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Sete em cada dez brasileiros confiam nos benefícios da ciência

O Globo

Sete em cada dez brasileiros confiam nos benefícios da ciência

23/07/2019

RIO — Sete em cada dez brasileiros acreditam que a ciênciae a tecnologiaprovocam só efeitos positivos ou trazem mais benefícios do que malefícios à sociedade. A estimativa é um dos destaques de um novo relatório do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

Em sua quarta edição — as anteriores foram realizadas em 2006, 2010 e 2015 — a pesquisa “Percepção Pública da Ciência & Tecnologia no Brasil” também mostrou que a população tem uma visão positiva sobre os cientistas. Para 64% dos 2.200 entrevistados, os pesquisadores são “pessoas comuns com treinamento especial” ou “pessoas inteligentes que fazem coisas úteis à Humanidade”.

— A percepção sobre a importância da ciência e tecnologia se mantém estável, e isso contribui para acabar com a visão estereotipada do cientista — explica Marcio Miranda, presidente do CGEE. — Acredita-se hoje que ele é um cidadão comum, inteligente, que contribui para a qualidade de vida.

Embora haja uma queda no interesse declarado nos últimos anos em temas como esportes, cultura e economia, as prioridades se mantiveram estáveis. Os temas que os brasileiros consideram de maior interesse são medicina e saúde; meio ambiente; religião; e ciência e tecnologia. 

Ainda assim, há um espaço considerável a ser explorado. A porcentagem de entrevistados que declararam ter visitado, no último ano, um museu de ciência e tecnologia, caiu pela metade desde a última pesquisa. E a maioria dos brasileiros diz buscar “nunca” ou “raramente” informações sobre o tema em qualquer mídia.

Apenas 10% dos entrevistados souberam citar o nome de um cientista ou instituição científica. O mais lembrado foi o astronauta Marcos Pontes , que é ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), seguido pelos sanitaristas Oswaldo Cruz e Carlos Chagas e pelo aviador Santos Dumont .

— O grau de informação detalhada sobre ciência e tecnologia é muito baixo. O espaço dedicado a reportagens nos meios de comunicação e nas redes sociais caiu bastante — critica Miranda. — No entanto, a pesquisa mostra que a ciência tem o respaldo da sociedade e, por isso, merece mais atenção dos formuladores de políticas públicas.

Em tempos de redução de investimento em ciência, 54% dos entrevistados acreditam que a ciência brasileira está atrasada. É um percentual maior do que o visto em 2006 (35%), 2010 (28%) e 2015 (43%).

Secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégias do MCTIC, Marcelo Morales defende os avanços do país no setor.

— Em 20 anos, passamos da 20ª para a 13ª potência em produção de conhecimento no mundo. A ciência trouxe avanços importantes, como o aumento da produtividade agrícola no Cerrado e a descoberta e exploração do pré-sal — ressalta. —A população sabe que a ciência e a tecnologia podem trazer benefícios para melhorar a economia e o emprego.

Entre as maiores preocupações declaradas pelos entrevistados estão odesmatamento na Amazônia (92%), os danos ao meio ambiente causados pela mineração (92%), o uso de agrotóxicos na agricultura (87%), os efeitos das mudanças climáticas (83%), os alimentos geneticamente modificados (74%) e o uso de energia nuclear (71%).


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