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Bertha Becker

Homenagem

Bertha Becker

CGEE apresenta coletânea objeto da contribuição da geógrafa aos estudos do Centro e presta homenagem à pesquisadora, referência mundial na área da geografia política e uma das suas grandes colaboradoras. O lançamento ocorrerá no próximo dia 25, durante a programação da 65ª Reunião Anual da SBPC, no Recife (PE). Faleceu no último sábado (13), aos 83 anos, na capital fluminense, a geógrafa Bertha Koiffmann Becker. Professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a pesquisadora era uma referência internacional na área de geografia política, principalmente em estudos sobre a Amazônia, e foi uma grande parceira do CGEE em diversos estudos e iniciativas que debateram o tema. Bertha também lecionou por quase 20 anos no Instituto Rio Branco e acumulou títulos de prestígio, como doutora honoris causa pela Universidade de Lyon III, na França. No CGEE, deixou um enorme legado, com valiosas contribuições em estudos e ações que procuraram compreender a região amazônica. Entre elas, a publicação “Um projeto para a Amazônia no século 21: desafios e contribuições”, demanda da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) ao CGEE. No livro, a professora busca encontrar respostas concretas para os desafios do desenvolvimento da região e apresenta ingrediente indispensável: a contribuição da ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento regional sustentável. Em 2010, Bertha produziu para o Centro uma breve avaliação sobre o Plano Amazônia Sustentável, estudo encomendado pela Presidência da República. O texto da professora destaca o plano como “um marco das políticas públicas para a Amazônia” com “metodologia inovadora”. No entanto, ela não deixa de comentar as idiossincrasias que o tornaram incapaz de compatibilizar “interesses de ordem privada com interesses de ordem coletiva, bem como as ações públicas de mitigação e de áreas protegidas com as decorrentes da implantação da infraestrutura dos grandes projetos”. Em 2013, o CGEE coordenou a 2ª rodada do Simpósio “Relações entre Ciência e Políticas Públicas: Propostas de Bertha Becker para o Desenvolvimento da Amazônia”. O evento fez parte de um ciclo que teve como objetivo revisitar a vasta contribuição da professora para a região amazônica, absolutamente atual e relevante para a discussão do modelo de desenvolvimento regional sustentável e do diálogo entre ciência e políticas públicas na Amazônia. Na abertura, Bertha pontuou aspectos da integração de políticas públicas como elemento central na discussão do desenvolvimento regional, diante das inúmeras ações conduzidas na Amazônia que não tiveram o êxito imaginado. “Nós temos hoje vários planos de C&T para a Amazônia, mas sem uma solução concreta. Falta uma política que costure todos esses planos”, ressaltou a pesquisadora na ocasião. O diretor do CGEE, Antônio Carlos Filgueira Galvão, lembra da parceria com a professora, em torno da intenção de planejar e propor políticas públicas de interesse do país, em especial no campo do desenvolvimento regional. “Poucos se dispõem a entrar nesse terreno com a paixão, a garra e a dedicação da professora Bertha Becker”, destaca. As contribuições da professora Bertha Becker ao CGEE foram reunidas em um CD que será lançado no próximo dia 25, no Recife (PE), durante a programação da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).A sessão contará com a participação do presidente do Centro, Mariano Laplane, do secretário executivo do MCTI, Luiz Antonio Elias, e da presidente da SBPC, Helena Nader. A seleção traz textos, alguns inéditos e outros já publicados, elaborados pela professora entre 2006 e 2012, período ao longo do qual o CGEE teve o privilégio de contar com a sua dedicação incansável à reflexão sobre os caminhos do desenvolvimento sustentável da região amazônica e da integração nacional. “Com esta coletânea, o CGEE pretende prestar homenagem à memória da professora Bertha e, por meio da difusão de suas ideias, inspirar outros pesquisadores a dar continuidade à sua rica obra”, afirma o presidente do Centro, Mariano Laplane.



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