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Brasil busca espaço na produção de semicondutores e projeta crescimento na indústria de chips
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Brasil busca espaço na produção de semicondutores e projeta crescimento na indústria de chips
O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) realizou, ontem (18), a palestra "Tensão entre EUA e China e mudanças na cadeia global de valor de semicondutores". O evento, organizado em parceria com os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), trouxe à discussão as principais mudanças geopolíticas no mercado de semicondutores e os impactos da atuação das principais potências nesse setor.
Durante a abertura, o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, lembrou que o Brasil passou, nas últimas décadas, por um processo de desindustrialização e ressaltou a importância de agir nas causas e promover uma neoindustrialização verde, com descarbonização, digitalização e inovação. "Os semicondutores estão em tudo, desde jogos até a indústria bélica. Nós precisamos buscar o nosso caminho para nos integrarmos nesse cenário", afirmou.
Já o secretário-executivo do MCTI, Luís Fernandes, parabenizou o CGEE e o MDIC pelo debate. Ele destacou que essa é uma área em que o ministério tem cooperado muito e lembrou de iniciativas como a renovação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Indústria de Semicondutores (Padis). "A palestra vai nos ajudar nessa política", disse.
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, também agradeceu ao CGEE e ao MDIC, ressaltando que o tema da palestra é muito importante porque mostra como o Brasil pode ser um player nessa discussão. "Podemos almejar sermos um ator tecnológico", afirmou.
O diretor-presidente do CGEE, Fernando Rizzo, lembrou que, desde a sua fundação, o CGEE tem estudado os mecanismos centrais de apoio à inovação, como a Lei de Informática e o Padis. Nesse contexto, ele destacou a importância do debate realizado ontem. "A palestra instigará os espaços nas tomadas de decisão e uma postura mais estratégica sobre o papel que o Brasil tomará no futuro", afirmou.
A palestra foi conduzida pelo professor Keun Lee, do Departamento de Economia da Universidade Nacional de Seul. Ele apresentou dados sobre os movimentos internacionais de governos e empresas na cadeia de semicondutores, com foco na disputa entre China e Estados Unidos.
Diante das mudanças na cadeia global de valor de semicondutores e da disputa internacional, Keun Lee apontou que o Brasil tem a oportunidade de se tornar um hub regional de produção e exportação desses equipamentos, fundamentais para o desenvolvimento de produtos de alta tecnologia.
“Em relação à desglobalização, ela pode ser relevante porque vocês estariam dando espaços para a formulação de políticas para permitir maiores capacidades domésticas. É importante que cada país experimente suas próprias políticas industriais de produção, com mais espaço sendo dado. E talvez nós possamos evitar muita dependência nessa cadeia global e passemos a depender mais de recursos domésticos ou regionais”, explicou o economista.
Responsável pelo convite ao professor coreano, o secretário do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, esteve presente durante o encerramento do evento. "O Brasil é um país que pode ser um hub de produção e exportação regional de semicondutores, por meio de parcerias estratégicas tecnológicas com países como Estados Unidos, China e países europeus", destacou.
O evento contou ainda com um debate entre o professor Keun Lee e o presidente do Ceitec, estatal brasileira produtora de semicondutores, Augusto Gadelha. A discussão sobre semicondutores instigou uma reflexão estratégica sobre o papel do Brasil nessa área e o incentivo à inovação no país.
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