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CGEE lamenta morte de Alysson Paolinelli, ex-presidente do seu Conselho de Administração

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CGEE lamenta morte de Alysson Paolinelli, ex-presidente do seu Conselho de Administração

O ex-presidente do Conselho de Administração do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Alysson Paolinelli, faleceu no dia 29, aos 86 anos, em Belo Horizonte (MG). Um dos poucos brasileiros indicados ao Nobel da Paz, Paolinelli é considerado um dos nomes mais importantes do setor agropecuário nacional. Natural de Bambuí (MG), ele foi um dos responsáveis por tornar o Brasil uma referência em agricultura tropical sustentável. 

Graduado como engenheiro agrônomo, ele assumiu, em 1971, a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais. Os programas de colonização agrícola implantados no Cerrado Mineiro chamaram a atenção do governo federal, que o convidou para ser ministro da Agricultura em 1974. Nesse cargo, foi um dos criadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

Durante os anos em que esteve à frente da pasta, modernizou a estrutura da empresa e desenvolveu políticas de crédito e assistência técnica que revolucionaram o setor. Com isso, contribuiu para que o Brasil se transformasse em uma potência na área. A defesa da segurança alimentar mundial foi uma bandeira que o fez ser indicado ao prêmio Nobel da Paz. 

O diretor-presidente do CGEE, Fernando Rizzo, destaca o papel do ex-conselheiro do Centro para o País. "O Dr. Paulinelli deu uma contribuição inestimável ao criar a Embrapa, que transformou o Brasil em um dos maiores produtores de alimentos, gerando riqueza e empregos, além de garantir condições para que se alcance a necessária segurança alimentar. Sua participação em nosso Conselho de Administração foi muito importante, pelas inúmeras sugestões de estudos relevantes para o setor, assim como pelo apoio constante em momentos difíceis que o Centro enfrentou. Uma grande perda para o País", ressaltou. 

O presidente do Conselho de Administração do CGEE, Odir Dellagostin, lembra do compromisso notável do ex-dirigente da instância em prol do desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação no Brasil. Ele considera que a liderança e a experiência do ex-ministro foram fundamentais para promover iniciativas que impulsionam o avanço do conhecimento e a aplicação de tecnologias em prol do País. 

"Uma das atuações marcantes do ex-ministro em prol do CGEE e do País foi o incentivo à formulação e implementação de políticas públicas baseadas em evidências científicas. Ele compreendia a importância de se utilizar dados e informações embasadas em pesquisa para orientar decisões estratégicas em áreas como agricultura, segurança alimentar, energia, meio ambiente e outros setores relevantes para o desenvolvimento nacional", afirma. 

Dellagostin lembra, ainda, que, ao promover o diálogo entre a comunidade científica, o setor produtivo e o governo, Paolinelli fortaleceu a atuação do CGEE como um articulador do SNCTI. De acordo com o dirigente, essa interação permitiu a identificação de demandas e desafios tecnológicos, assim como a busca por soluções inovadoras que impulsionassem o desenvolvimento socioeconômico do País.

"A atuação do Dr. Alysson Paolinelli como presidente do Conselho de Administração do CGEE e a sua contribuição para o SNCTI foram essenciais para consolidar a instituição como um agente catalisador do progresso científico, tecnológico e da inovação no Brasil. Sua liderança e dedicação em prol do Centro e do País deixaram um legado valioso para o desenvolvimento sustentável e a busca por soluções que impulsionem a competitividade e a qualidade de vida dos brasileiros", afirma. 

O ex-presidente do CGEE, Mariano Laplane, por sua vez, destaca o protagonismo do ex-conselheiro no Conselho de Administração do Centro. De acordo com ele, Paolinelly era um membro muito antigo, que em todas as reuniões tinha interesse em contribuir com observações a respeito das tarefas que a instituição estava desenvolvendo. "Lembro particularmente do período em que reestruturamos o Plano de Trabalho do Centro e incluímos alguns eixos que nos permitiram desenvolver atividades permanentes, complementando as iniciativas de curto prazo. Essa foi uma mudança muito importante porque dava ao CGEE maior visibilidade", ressalta.

Laplane recorda que as contribuições do Dr. Alysson eram muito focadas na importância do Centro desenvolver estudos sobre os biomas brasileiros. Não apenas o Cerrado, que era o bioma que ele mais conhecia, estudava, trabalhava, morava e desenvolvia as suas atividades como produtor, mas também sobre os outros biomas. "Ele sempre defendeu que o CGEE deveria identificar quais eram as oportunidades de desenvolvimento dos vários biomas, com base na ciência, tecnologia e inovação. Essa foi uma demanda permanente dele e o conselho, na medida das suas possibilidades orçamentárias, sempre tentou incorporar essa missão", afirma.

Para o ex-presidente do CGEE, Paolinelly era, junto com os ex-conselheiros Mario Neto e Eduardo Krieger, os decanos da instância. "Uma reserva de sabedoria e de bom senso que sempre agregava às reuniões um valor muito importante para o trabalho do conselho. O CGEE deve muito ao Dr. Alysson, pela sua contribuição generosa. Eu, como pessoa física, tenho uma gratidão pelos bons conselhos, pela confiança que ele depositava no CGEE e em mim, particularmente", disse. 

 

(Com informações da Embrapa)