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CGEE participa de conferência temática sobre neoindustrialização

5ª CNCTI

CGEE participa de conferência temática sobre neoindustrialização

O diretor-presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Fernando Rizzo, participou, hoje (30), de mais uma edição da série de seminários da conferência temática "Neoindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas". Coordenado pelo chefe de Gabinete da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Fernando Peregrino, o evento antecede a realização da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que ocorrerá nos dias 4, 5 e 6 de junho. O Centro foi representado, ainda, por seu diretor, Anderson Gomes, que também é secretário adjunto da 5ª CNCTI.

Na mesa da manhã, Ronaldo Carmona (ESG), William Rospendowski (Finep), Perpetua Almeida (ABDI) e Fabio Borges (LNCC) debateram a Base Industrial de Defesa e Segurança. A diretora de administração, Janaina Prevot, saudou os presentes. "A Finep já está na nova indústria brasileira, como pudemos ver no artigo publicado na Folha de São Paulo pelo presidente Celso Pansera. Seguimos juntos com mais recursos e melhores taxas", comemorou.

De acordo com Perpetua, é importante colocar a indústria de defesa no centro dos debates de Neoindustrialização. Além disso, promovermos o debate da indústria sustentável.

“Defesa é pilar básico de qualquer país central e impacta outros setores, quando se tem protagonismo mundial. Não falo arma, revólver. Falo de tecnologias estratégicas de soberania, como satélites que monitorem florestas e mares”, destacou Perpetua, com amplo histórico de contribuições como parlamentar.

Para ela, há muitos gargalos a serem resolvidos. “Não existe soberania sem o olhar de governo e sem olhar todas as áreas. É preciso que defesa seja visto não apenas como armamentismo, mas a partir da visão de tema estratégico. Não podemos perder tecnologias críticas nossas. Como falar de soberania se um avião nosso depende do GPS de outro país?”, questionou, complementando: “o Brasil precisa do seu próprio geoposicionamento”.

Ronaldo Carmona, assessor da diretoria de Inovação da Finep e professor da ESG, falou sobre os porquês de o tema do seminário ser prioritário nas bases da nova indústria. “O ‘grosso’ das tecnologias de um Iphone, por exemplo, tem a ver com tecnologias de defesa. Ela é fundamental porque lida com temas de fronteira tecnológica”, esclareceu.

Para ele, o próprio mundo desenvolvido mostra que os países que enfatizam investimentos em defesa são lideranças globais, apontam os principais debates e impulsionam economia e desenvolvimento social a partir do setor.

O baixo orçamento do Ministério da Defesa preocupa o especialista, que seguiu sua fala comemorando o olhar atento da Finep para o tema. “Contratamos cerca de R$ 1 bi no ano passado - um apoio correto e importante para o país”, destacou, relembrando os recursos disponíveis nos editais do Finep Mais Inovação, recém-publicados.

Para ele, a financiadora pode dar uma contribuição ainda maior para o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa. William Rospendowski, superintendente da Finep, diz que - apesar de um hiato, o histórico de financiamento nos últimos 20 anos é bastante relevante. Para ele, a retomada recente de aplicação recursos é fundamental e “o setor está preparado para o novo momento do FNDCT, com recursos descontingenciados”.

O executivo destacou a importância dos recursos de subvenção econômica para projetos estruturantes, políticas públicas conjuntas e de um amplo debate sobre garantias e compras públicas, dentre outros apontamentos. “Estamos num momento positivo, o crédito está barato e há ótimos projetos”, completou.

Fábio Borges, do LNCC, destacou a importância do investimento em computação quântica. Comparou, ainda, detalhes sobre armas inteligentes (muitas vezes mais baratas) que destroem os tanques de guerra (bem mais caros), de modo a ilustrar o histórico equívoco na construção de políticas públicas.

“O Brasil precisa fazer escolhas corretas, na fronteira crítica, investir em chips, em financiamento de precisão. A Inteligência Artificial é um dos caminhos - e ainda pouco utilizado”, frisou.

E provocou: como colocar um helicóptero para procurar um outro helicóptero que tenha caído na selva, se alguns drones fazem de modo mais barato e preciso o mesmo serviço?”, questionou, sinalizando a hora de uma guinada em prioridades, alocação de recursos e priorização da soberania via tecnologia.

Sobre a 5ª CNCTI

Com o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”, a 5ª CNCTI tem como objetivo a análise e proposta de recomendações para a elaboração da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) para o período de 2024 a 2030. Composta por palestras e mesas redondas, a 5ª Conferência será precedida por reuniões temáticas e conferências livres, estaduais, municipais, regionais e distrital.

Fonte: Finep