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CGEE promove debate sobre encíclica Laudato si
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CGEE promove debate sobre encíclica Laudato si
Um “homem novo”, que consegue viver harmonicamente com o ecossistema em meio a um mundo impulsionado pela tecnologia. A encíclica papal "Laudato si", proposta pelo papa Francisco em junho deste ano, foi pauta de debate no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), na manhã do dia 15. O encontro contou com a presença de membros da direção e presidência do Centro. O diretor Antonio Carlos Filgueira Galvão afirmou que, para o CGEE, as questões levantadas pelo papa são importantes porque a Casa lida, justamente, com assuntos estratégicos.
Convidado para contribuir com a reunião, o assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o padre Ernanne Pinheiro, reforçou as ideias do Pontífice argentino, seguindo o próprio ponto de vista. "A questão do antropocentrismo vem há algum tempo sendo levantada. Uma frase de São Paulo dizia que toda a criação sofre como que dores de parto até o presente dia. Ao escrever essa carta solene, eu acredito que o Papa tenha se inspirado nesse ditado", analisou.
O documento, na verdade, diz respeito ao apelo de Francisco para salvar o planeta. A iniciativa tem sido aplaudida por ser considerada um imperativo moral para que os governos façam de 2015 um divisor de águas nos esforços para frear o aquecimento global. Por meio da cartilha, o papa exigiu ações rápidas para deter o que encara como uma ruína ambiental iminente e incentivou os líderes mundiais a ouvirem “o grito da terra e o grito dos pobres”.
O assessor técnico Antonio Magalhães destacou que, quando se fala em mudança climática em prol do planeta, é importante considerar que uma mudança de comportamento em relação ao meio ambiente também precisa ocorrer para que o objetivo comum seja alcançado.
"Essa encíclica é impressionante porque foi por meio dela que a igreja assumiu uma posição vigorosa sobre a questão ambiental. Acordos internacionais, como a Conferência do Clima (COP 21), são importantes, mas não são tudo se cada um não fizer sua parte. Não se pode exigir consciência ambiental dos outros se repetimos erros, como o desperdício de água, por exemplo", disse Magalhães.
Confira alguns dos pontos de destaque da encíclica "Laudato si":
1. O papa pede "mudanças profundas" nos estilos de vida, nos modelos de produção e consumo e nas estruturas de poder.
2. Critica "a rejeição dos poderosos" e "a falta de interesse dos demais" pelo meio ambiente.
3. Afirma que a Terra "parece se transformar cada vez mais em um imenso depósito de lixo".
4. O papa pede para "limitar ao máximo o uso de recursos não renováveis, moderar o consumo, maximizar a eficiência do aproveitamento, reutilizar e reciclar".
5. Se refere a "uma indiferença geral diante do trágico aumento de migrantes fugindo da miséria, piorada pela degradação ambiental".
6. Critica a privatização de água, um direito "humano básico, fundamental e universal que determina a sobrevivência das pessoas".
7. Assegura que "os mais graves efeitos de todas as agressões ambientais são sofridos pelo povo mais pobre" e fala de "uma verdadeira dívida ecológica" entre o Norte e o Sul".
8. Se refere ao "fracasso" das cúpulas mundiais sobre meio ambiente, nas quais "o interesse econômico prevalece sobre o bem comum".
9. Aponta para o "poder conectado com as finanças" como o responsável de não prevenir e resolver as causas que originam novos conflitos.
10. O papa acredita que é necessário "recuperar os valores e os grandes fins arrasados por um desenfreamento megalômano".
11. "Quando não se reconhece (...) o valor de um pobre, de um embrião humano, de uma pessoa com incapacidade, dificilmente se escutarão os gritos da própria natureza".
12. Para o papa, "é uma prioridade o acesso ao trabalho por parte de todos".
13. Entende que "às vezes pode ser necessário colocar limites a quem têm maiores recursos e poder financeiro".
14. Pede que as comunidades aborígines se transformem "nos principais interlocutores" do diálogo sobre meio ambiente.
15. Critica a "lentidão" da política e das empresas, que situa "longe de estarem à altura dos desafios mundiais".
16. O papa acredita que a "salvação dos bancos a todo custo (...) só poderá gerar novas crises".
17. Critica que a crise financeira de 2007-2008 não tenha criado uma nova regulação que "levasse a repensar os critérios obsoletos que continuam regendo o mundo".
18. Assegura que as empresas "se desesperam com o lucro econômico" e os políticos "por conservar ou acrescentar o poder" e não para preservar o meio ambiente e cuidar dos mais frágeis.
19. Acredita que a solução requer "educação na responsabilidade ambiental, na escola, na família, os meios de comunicação, na catequese".
20. O papa encoraja os cristãos a "ser protetores da obra de Deus porque é parte essencial de uma existência virtuosa".
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