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Ciência sem Fronteiras em pauta no Senado

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Ciência sem Fronteiras em pauta no Senado

O Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) foi o tema de audiência pública realizada ontem (22), pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal. A importância da iniciativa para a internacionalização da pesquisa brasileira foi um dos destaques do debate. Durante a reunião, o presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Mariano Laplane, observou que alguns dos resultados do programa só serão percebidos a longo prazo.

Na mesa, ele apresentou uma metodologia desenvolvida pelo Centro para avaliar o Ciência sem Fronteiras. Algumas das propostas do documento do CGEE foram incorporadas na rotina de avaliação do programa. Laplane destacou a complexidade da iniciativa, que envolve graduação, pós-graduação, a ida de pesquisadores brasileiros para o exterior e a vinda de cientistas estrangeiros para o Brasil.

“Nós estamos falando de um programa que tem impactos na vida das pessoas contempladas, mas também nas instituições envolvidas, dentro e fora do País, e ainda para a sociedade, alguns de imediato e outros ao longo do tempo”, ressaltou.

Ao ser questionado sobre os custos da iniciativa, em torno de R$ 9 bilhões até agora, o presidente afirmou que é necessário avaliar se esses números são onerosos em relação ao que precisa ser feito pelo País. “Podemos partir da premissa de que o Brasil deve investir mais, expandir e fortalecer o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação”, reiterou.

De acordo com ele, o País tem um gasto em P&D que é considerável. O Brasil é a 10ª nação a investir mais nesse setor, com US$ 33 bilhões em 2014. Apenas os integrantes do G7, China, Coreia do Sul, Índia e Rússia gastam mais que esse valor. “O importante é saber onde gastar. Nos principais países do mundo, esse investimento é concentrado em algumas áreas”, disse.

Laplane ainda destacou a importância de o País contar com um sistema de CT&I que manteve-se em evolução ao longo do tempo. No entanto, o presidente apontou algumas fragilidades. Entre elas, a internacionalização desse sistema na base. Ele exemplificou citando o número de estudantes estrangeiros no Brasil e nativos do País estudando em outras nações, com números anteriores ao lançamento do CsF.  “O grau de internacionalização nessas duas direções é baixo, inferior a países como Chile, Portugal, Canadá, Nova Zelândia e Austrália. Isso é o que o Programa Ciência sem Fronteiras pretende corrigir”, afirmou.

O presidente da CCT, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), concordou com os debatedores sobre a importância do programa. No entanto, ele ressaltou a necessidade de se avaliar qual a melhor maneira de realizar o que CsF propõe. “A manutenção do Ciência sem Fronteiras não tem nem que ser discutida. Eu não imagino mais o Brasil sem essa iniciativa. A pergunta é: qual é a melhor forma de fazer o que o programa pretende - promover a internacionalização da pesquisa brasileira e melhorias para a nossa juventude universitária?”.  



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