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CT&I em negócios

Palestra

CT&I em negócios

Vice-presidente do Enterprise Innovation Institute (EI2), do Instituto Tecnológico da Geórgia (Georgia Tech-EUA), o especialista em capital de risco Stephen Fleming falou ao CGEE sobre a experiência da universidade em fomentar inovação em empresas de todos os tipos e tamanhos.

Georgia Tech é a sétima universidade pública no ranking de instituições de ensino superior estadunidenses, com 20.000 pós-graduados e graduados por ano, essencialmente nos cursos de engenharias, ciências e computação. Com orçamento anual de 550 milhões de dólares em pesquisa e geradora de impacto econômico de dois bilhões de dólares na economia do estado da Geórgia anualmente, a Georgia Tech é a nona em depósito de patentes entre as universidades do país.

O Enterprise Innovation Institute (EI2), sediado na universidade, foi criado em 1960 para ser um departamento de extensão voltado ao desenvolvimento industrial. Ao longo das décadas, expandiu a missão para o crescimento de empresas. Atualmente, considera-se o EI2 o maior e mais reconhecido programa de cunho universitário de apoio aos negócios e ao desenvolvimento econômico dos Estados Unidos. A missão do instituto é aumentar a competitividade das empresas por meio da aplicação da ciência, tecnologia e inovação.

Neste processo, a ideia é começar orientando alunos e recém-graduados sobre patenteação e comercialização de invenções, contando inclusive com uma incubadora de empresas reconhecida internacionalmente, o Advanced Technology Development Center (ATDC). Outro passo dado pelo EI2 consiste na articulação de uma rede de apoio a engenheiros no estado da Geórgia.

Evolução da universidade em três estágios
De acordo com Fleming, as universidades já passaram por três estágios de evolução: o primeiro foi de armazenador de conhecimento (knowledge storehouse), o segundo seria de produtor de conhecimento (knowledge factory)- instaurado a partir do século XIX até a segunda metade do século XX. Finalmente, a terceira evolução é, segundo o especialista, a que estamos passando agora, de “eixo do conhecimento” (knowledge hub), conectando vários atores de maneira neutra. “Somos os únicos que podemos conversar com multinacionais grandes, por exemplo”, contextualiza Fleming.

A universidade atual deve ter a função, nesse novo estágio, de interagir com faculdades, funcionários, estudantes, comunidade tecnológica, empresários, investidores, acionistas, comunidades locais, nacionais e internacionais, parceiros industriais, agências federais e governo estadual. “Não podemos esperar que eles nos digam o que fazer, pois pode ser muito tarde: temos que ser proativos”, avalia. O especialista reflete ainda sobre a importância de comercializar novas tecnologias na Georgia Tech. Entre outros fatores, é importante para assegurar os benefícios públicos da pesquisa na universidade, promover a motivação e a satisfação do inventor, justificar os resultados para os patrocinadores da universidade e cumprir as leis federais.

Questionado sobre como instaurar uma cultura de inovação nas instituições de ensino superior, Fleming diz que é preciso educar os pesquisadores, já que há a falta de costume de lidar com isso. “É perda de tempo ensinar um acadêmico a ser empreendedor, é como ensinar um gato a nadar. A solução é recrutar alguém do setor privado para trabalhar com o professor”. Isso ocorre, de acordo com o especialista, porque as motivações dos pesquisadores são diferentes, assim como as conexões e as prioridades.

Sobre o Brasil, Stephen Fleming destacou parcerias da Georgia Tech com a Universidade de São Paulo (USP), na área de energia sustentável e ciências da computação e uma proposta ainda em fase de negociação com a UnB, na área do impacto do flex-fuel/etanol.

Participaram da palestra convidados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Dom Cabral, Universidade de Brasília (UnB), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de diversos especialistas de várias áreas do CGEE.

Para saber mais informações sobre a Georgia Tech, acesse o site AQUI.

Para ver na íntegra a apresentação de Stephen Fleming no CGEE, faça o download AQUI.

 

 



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