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As novas formas de inserção da ciência brasileira nas redes internacionais de pesquisa foram tema de uma sessão realizada no dia 22, em Brasília (DF), durante o segundo dia de debates do 7º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência. O evento, que reuniu diversos representantes da comunidade acadêmica, foi realizado na sede da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), na capital federal.

Na ocasião, o presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Mariano Laplane, lembrou que a ciência brasileira tem mantido um diálogo com a ciência mundial desde, pelo menos, o século 19. “Mas foi no século passado, mais particularmente na segunda metade do século 20, que se estruturaram mecanismos mais sólidos e continuados para que esse tipo de interlocução com a ciência mundial pudesse ocorrer de maneira mais sistemática”, afirmou.

Nesse contexto, ele destacou a importância de iniciativas implementadas pelo CNPq e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que auxiliaram o processo de doutoramento de cientistas brasileiros. De acordo com Laplane, tais mecanismos além de contribuir para uma atividade científica mais consistente e arrojada, permitiram ao país construir o seu próprio sistema de pós-graduação. “Neste particular, o Brasil foi muito além de qualquer outra nação da América Latina”, disse.

O presidente citou outros instrumentos que funcionaram em paralelo ao da mobilidade. Entre eles, os acordos bilaterais firmados com alguns países, por meio de entidades como o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). “Isso permitiu complementar a ida dos nossos alunos de pós-graduação e a vinda de pesquisadores ao Brasil”, destacou.

Segundo Laplane, o Brasil também foi um ator relevante nas iniciativas de internacionalização de várias nações. “Nós éramos chamados a participar de projetos de pesquisa com origem em outros países. Isso também contribuiu para ir abrindo o leque e as modalidades de nossa inserção através da cooperação internacional”, lembrou.

Redes

O presidente do CGEE ressaltou um fenômeno que começou há algumas décadas na maneira de se fazer ciência no mundo atual: a atuação em rede. Na sua opinião, não é difícil de entender por que esse fenômeno tem se intensificado. Ele lembrou que, para fazer ciência de alto nível atualmente é preciso mobilizar mais pessoal, mais áreas de conhecimento e um volume maior de recursos.

“Os problemas que a ciência de fronteira enfrenta são tipicamente multidisciplinares. Precisamos trabalhar em rede porque os equipamentos que esse tipo de ciência demanda são extremamente caros. São caros na sua construção e na sua manutenção. É preciso consorciar a construção e a utilização desses instrumentos”, analisou.

O presidente do CGEE apontou a importância de algumas iniciativas nesse contexto. Entre elas, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). “Temos um desafio de ampliar a nossa inserção nesse tipo de atividade científica em rede. Isso é uma característica da ciência em alto nível que se desenvolve atualmente no mundo todo”, disse.

Na sua apresentação, Laplane destacou algumas ações que promovem a inserção internacional da ciência brasileira. Entre elas, o Programa dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. O CGGE desenvolveu, com uma subcomissão, uma metodologia de avaliação dos institutos. “O programa foi um fator de promoção da cooperação internacional. Temos tido sinais de que esse tipo de mecanismo, de constituição de redes brasileiras abertas, consegue trazer resultados interessantes”, afirmou.



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