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Educação Superior Indígena
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Educação Superior Indígena
O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), em parceria com a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e o Instituto Socioambiental (ISA), concluiu a primeira fase de uma proposta de criação de uma instituição de ensino superior indígena, com base em demanda apresentada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) pelo Ministério da Educação (MEC).
O conteúdo da proposta apresentada pelo CGEE à Secretaria de Ensino Superior do MEC conta com o integral apoio dos vários povos que habitam as terras já demarcadas pelo governo brasileiro na bacia do Rio Negro, no Estado do Amazonas. O instituto tem por objetivo oferecer cursos em nível superior para uma população de cerca de 30 mil pessoas, pertencentes em sua maioria a quatro famílias linguísticas de várias etnias.
O modelo pedagógico proposto consiste em um curso superior tecnólogo com quatro formações básicas: Manejo do mundo; Narrativas de origem, Rotas de transformação; Economia contemporânea indígena; e Desenvolvimento, gestão territorial e projetos. Todas as opções possuem características bastantes inovadoras e foram desenvolvidas a partir de intenso diálogo entre os especialistas em educação indígena mobilizados pelo CGEE e as lideranças indígenas locais.
Serão priorizadas as admissões no instituto de jovens e profissionais indígenas que vivem na região do médio e alto Rio Negro. A proposta prevê a formação inicial de uma turma de 60 alunos. A duração será de três anos, com uma carga horária de 2400 horas, distribuídas entre os componentes curriculares do programa. A proposta foi concebida de forma a se alinhar com as exigências definidas pelo MEC para o ensino superior, mas mantendo o seu caráter programático inovador.
Para o assessor técnico do CGEE, Hartur Setúbal, é fundamental trazer a riqueza dos conhecimentos e as práticas tradicionais indígenas para o espaço de ensino superior brasileiro. "Isso contribui para fortalecer o papel do conhecimento tradicional na melhoria da qualidade de vida das populações locais, pertencentes a 22 grupos étnicos, ampliando as possibilidades de integração desse conhecimento com aquele desenvolvido nos melhores centros de formação do País", explica.
A iniciativa contou com o envolvimento permanente de pesquisadores, lideranças locais, professores, pais, mães e jovens indígenas, assim como representantes de instituições de pesquisa e organizações não-governamentais, envolvidos com a região do Rio Negro, tomando por base trabalhos anteriores realizados pelo ISA e os seus parceiros na região.
De acordo com a proposta, a cidade de São Gabriel da Cachoeira abrigará a sede do instituto, cuja a base territorial e cultural integra, ainda, os municípios de Barcelos e Santa Isabel.
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