Publicado em 06/10/2016 11:41

Fórum de especialistas

Especialistas dão sugestões para evitar a extinção dos polinizadores

Para ampliar o debate no Congresso Nacional sobre a necessidade de mobilização em todo o País a respeito da importância dos polinizadores, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) reuniu, no dia 15 de setembro, em Brasília (DF), um grupo de especialistas para discutir sobre os riscos e incertezas que afetam essas espécies, principalmente as de abelhas. A iniciativa buscou gerar informações para uma atuação junto a comissões que tratam da Ciência e Tecnologia, Agricultura, Apicultura e Meliponicultura.

Os convidados foram divididos em três grupos para responder às seguintes perguntas: "O que os cidadãos e a sociedade podem fazer pelas abelhas?", "O que a legislação e o poder público podem fazer pelas abelhas?" e "O que a ciência pode fazer pelas abelhas?". Com relação à sociedade, o que foi sugerido pelos especialistas é uma série de intervenções que mostrem o esforço de popularizar a sociedade sobre o conhecimento do papel dos polinizadores na produção de alimentos.

Isso pode ser realizado, segundo os especialistas, por meio de salas temáticas nas escolas com estudos sobre o assunto, com projetos de ciência cidadã e organizar sessões em escolas de ensino fundamental para explicar como os alimentos são produzidos, o que englobaria muito mais do que o universo dos polinizadores. Também foram discutidas possibilidades de levar aos municípios a tarefa de popularizar e valorizar as abelhas por meio de concursos que beneficiem os municípios que executarem o melhor trabalho de divulgação.

Sobre a legislação e o poder público, os pesquisadores discutiram o estabelecimento de uma política nacional de proteção aos polinizadores. Essa política deve funcionar como guia para a atuação dos Estados e dos atores da área, tanto da cadeia produtiva como de setores sociais. Também foi reforçada a ideia de que o País tenha bancos de dados revitalizados e revisados para que haja uma espécie de censo dos apiários e que essas informações não fiquem retidas só nos ministérios, mas que sejam acessíveis para toda a população.

A respeito das contribuições científicas para a preservação das abelhas, sugeriu-se a manutenção de um mapeamento da biodiversidade e o desenvolvimento de um programa de detecção e prevenção de invasões. Além disso, discutiu-se como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pode pensar as melhores maneiras para fortalecer e criar mecanismos para valorizar pesquisas na temática de biodiversidade, para assim incentivar profissionais recém-formados a se engajarem na área.

A atividade integra o projeto "Ciência amiga das abelhas", criado pelo CGEE para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2016. A iniciativa tem como objetivo dar ênfase à importância das abelhas e seu impacto na produção de alimentos. Além do fórum, o planejamento conta com um concurso temático com alunos de escolas do Distrito Federal, uma exposição no Jardim Botânico e a discussão do assunto junto ao Congresso Nacional.