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O secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Antonio Elias, destaca a importância da Pesquisa de Inovação (Pintec) para a formulação de políticas na área. O gerente do estudo, Alessandro Pinheiro, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou a secretários e gestores da pasta federal os resultados da quinta edição, a Pintec 2011, que compreende o período de 2009 a 2011.

Realizado em parceria com o ministério, o levantamento tem o objetivo de fornecer informações para a construção de indicadores das atividades de inovação das empresas brasileiras. “Para nós é significativo, no sentido, de que você tem possibilidade de aprimorar as políticas públicas, reestruturar e recondicionar alguns temas e instrumentos pensando cada vez mais em ampliar a competitividade da indústria brasileira”, disse Elias, nesta quarta-feira (5).

A pesquisa, lançada em dezembro, aponta que o investimento total das empresas em atividades inovativas em 2011 foi de R$ 64,9 bilhões. O valor corresponde a 2,56% da receita líquida dessas companhias, sendo R$ 19,9 bilhões (30,8%) gastos nas atividades internas de P&D e R$ 4,29 bilhões em gastos com aquisição externa. Se comparado ao percentual do dispêndio nas atividades internas de P&D em relação à receita líquida de vendas na indústria, houve um avanço, de 0,62% em 2008 para 0,71% em 2011. As indústrias inovadoras com atividades internas de P&D passaram de 4,1% em 2008, para 5% do total em 2011.

O secretário Elias apontou a necessidade de realizar uma “mudança estrutural para apoiar o setor industrial e chegar de fato naquilo que á a intensidade tecnológica, ou seja, a fronteira do conhecimento”.

Taxa de inovação

Do universo de 128.699 empresas, com dez ou mais pessoas ocupadas, 45.950 implementaram produtos ou processos novos ou significativamente aprimorados, correspondendo a uma taxa de inovação de 35,7%. Já no período de 2006 a 2008 (Pintec 2008) foi 38,6%, e de 2003 a 2005, 34,4%.

Também no que diz respeito ao setor da indústria, observa-se uma queda em relação à Pintec 2008 (2006 a 2008): 35,6% realizaram atividades inovativas, contra 38,1% no período anterior.

As indústrias representam 90% das empresas inovadoras identificadas pela Pintec. Nesse universo, a maioria são empresas que realizaram inovação somente nos processos internos (18,3%), acompanhadas daquelas que inovaram tanto em produto quanto em processos (13,4%). O restante (3,9%) inovou apenas em produtos. Um dos motivos apontados para essa queda é a retração da economia mundial em 2008 e da brasileira em 2009, que reduziu em 0,3% o Produto Interno Bruto (PIB). “A crise afetou principalmente a inovação de produtos, que é aquela que exige mais esforço da empresa”, explicou Alessandro Pinheiro. “Quando há crise as empresas ficam na retaguarda, lançar um novo produto no mercado é sempre um risco.”

A pesquisa aponta que no setor de serviços 36,8% das empresas inovaram. No campo eletricidade e gás, incluído pela primeira vez, a taxa foi 44,1%. O percentual entre as indústrias de transformação chegou a 35,9%, enquanto 18,9% das indústrias extrativistas foram consideradas inovadoras.

No que se refere à inovação de processo, que é quando a empresa aprimora ou introduz novos métodos de produção ou de entrega de produtos - como mudanças nas técnicas, máquinas ou softwares e logística -, a maior incidência de inovação foi identificada nos setores de pesquisa e desenvolvimento (81,7%), fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal (73,3%) e o setor automobilístico (69,1%).

Como ocorreu nas edições anteriores, a Pintec 2011 demonstra que o modelo de inovação das empresas baseia-se principalmente no acesso ao conhecimento tecnológico através da compra de máquinas e equipamentos, atividade considerada de importância alta ou média para 73,5% das empresas inovadoras, seguido de atividades como treinamento (59,5%) e compra de software, considerada de média ou alta relevância para 33,2% das empresas.

Documento

A apresentação integrou o ciclo de diálogos do MCTI, que teve início em janeiro, com objetivo de ouvir instituições que tratem de temas da pasta. A ideia, segundo Elias, é formatar um documento entre março e abril, a ser apresentado na reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT).

Participaram da atividade os presidentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento, Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Glaucius Oliva, e do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Mariano Laplane, e representantes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Fonte: Ascom MCTI



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