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Oficina organizada pelo CGEE debate o setor nacional de semicondutores
Padis
Oficina organizada pelo CGEE debate o setor nacional de semicondutores
Grupo de trabalho A, em reunião para debater mudanças recentes na Lei. | |
Fonte: Ascom/CGEE |
O setor nacional de semicondutores foi o tema de uma reunião realizada no dia 11, na sede do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), em Brasília (DF). Com a proposta de trazer contribuições sobre o debate, uma série de especialistas participou da oficina "A importância estratégica do apoio ao setor de componentes nano e microeletrônicos como uma Política de Estado: caminhos para o desenvolvimento da indústria nacional".
O setor de semicondutores é considerado o mais intensivo em pesquisa e desenvolvimento (P&D) da indústria mundial. Nesse contexto, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira, lembrou que hoje o orçamento do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Indústria de Semicondutores (Padis) é de R$ 670 milhões de reais, sendo que cerca de 25% das receitas nesse setor são para investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Na área de design, por exemplo, esse percentual chega a 58%.
Criado em 2007, o Padis é um instrumento de apoio do governo federal para o incentivo ao desenvolvimento do setor de semicondutores e apoio às empresas produtoras de displays e painéis fotovoltaicos. Questionadores do papel do programa afirmam que a verba destinada a esse projeto é um gasto sem retorno suficiente, mas Moreira argumenta o contrário. “Não se avalia política de inovação na perspectiva contabilista”, destacou.
O gestor do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), Augusto Gadelha, afirmou que é preciso verificar qual é a proposta para um setor nacional de semicondutores. "O que tem que ser feito é identificar qual é o propósito do Brasil nesse cenário, se o país pretende ser um player, se pretende ter autonomia, se pretende ser capaz de fazer a produção quando necessário, se teremos competência para isso e como criar toda a questão industrial para que ela dê algum resultado”, disse.
O evento, que é parte do projeto de avaliação do Padis, realizado pelo CGEE, teve como objetivo estimular o debate qualificado de ideias, com o intuito de tornar a política pública para o setor de componentes nano e microeletrônicos um arcabouço efetivo para a promoção da competitividade nacional, incentivando ganhos de complexidade e sofisticação das atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) executadas pelas empresas e Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs). A coordenadora do projeto pelo Centro, Verena Ritner, explicou que a iniciativa tem sido desenvolvida com a parceria do Estado brasileiro. "Temos nossos consultores e aos poucos estamos gerando subsídios para que possamos desenhar e concluir esse trabalho que vamos apresentar", afirmou. A reunião contou, ainda, com a participação do diretor-presidente do CGEE, Fernando Rizzo.
Foram reunidos especialistas em grupos de trabalho temáticos, que discutiram internamente seus respectivos tópicos e depois apresentaram as conclusões alcançadas. Os temas foram: Mudanças recentes da Lei: a adoção do crédito financeiro; Internacionalização e acirramento da competição entre Estados e empresas; Identificação de oportunidades, mercados, segmentos e tecnologias que o Brasil é ou pode se tornar protagonista; Pesquisa incremental e disruptiva; Gargalos para o desenvolvimento industrial; e Modelos de sucesso.
Dentre as conclusões, estão que o Padis foi um programa essencial, mas que está sendo aprimorado em sua nova versão e de que o Brasil precisa ter clareza sobre o lugar que deseja ocupar no mercado internacional de semicondutores. "Nossas oportunidades realmente existem, mas a concorrência entre os países e a competitividade entre as empresas acirra. E os desafios de P&D são cada vez mais crescentes, então, dentro desse cenário, resolver essa equação não é uma tarefa fácil. Infelizmente, ou felizmente, os efeitos da pandemia ainda não acabaram, ou seja, isso traz também oportunidades para que possamos nos organizar e ter uma ação mais integrada, mais efetiva e com mais apetite e competência", afirmou o diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Henrique Miguel.
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