Notícias

Voltar

Painel reúne cientistas brasileiras para falar sobre questão de gênero na pesquisa

ODS

Painel reúne cientistas brasileiras para falar sobre questão de gênero na pesquisa

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) realizou, ontem (9), em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o segundo debate do ciclo “CT&I para a Sustentabilidade (CTI – ODS 2030)”. Um grupo de cientistas marcou presença no encontro, realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo (SP). 

A conferência principal foi feita pela presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader. Na ocasião, ela apresentou dados que comparam a situação de gênero no ranking educacional. Nader lembrou que está havendo uma menor predominância de homens, mesmo em áreas como as ciências pesadas. “As mulheres na pós-graduação estão mais matriculadas e mais mulheres estão sendo tituladas”, destacou. 

A diretora do CGEE, Regina Silvério, confirmou esse cenário, e ressaltou que a maior parte dos doutores titulados no país são do sexo feminino. De acordo com pesquisa citada pela dirigente, enquanto no mundo a média de doutoras é de 30% em relação ao total, no Brasil esse percentual é de 49%. “Nós estamos bem posicionados na questão de gênero no mundo científico. Ainda não podemos generalizar isso para a economia geral ou para fora da academia”, afirmou. 

Durante o debate, a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alice Rangel de Paiva, lembrou que os ODS não serão alcançados a menos que tenham a ciência como base. Para que isso aconteça, ela destacou que a participação das mulheres é fundamental. “É impossível que o Brasil vá para frente deixando metade da sua capacidade intelectual de lado”, ressaltou. 

A diretora-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT-SP), Zehbour Panossian, falou sobre a necessidade de sensibilizar as alunas do ensino médio para a ciência aplicada. “Temos que mostrar o que é possível fazer se você estudar engenharia da produção, por exemplo. Nós vamos fazer muita menina gostar de ciência”, afirmou. 

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Álvaro Prata, compartilha dessa mesma ideia. Ele destacou a necessidade de ser feito um esforço coletivo para pensar o tema de uma maneira única, integrando questões como a desigualdade de gênero. “Queremos ter mais meninas interessadas na ciência”, completou o secretário.

O setor produtivo também está mais atento à questão de gênero. E o que afirma a líder de Diversidade e Inclusão da Oracle na América Latina, Daniele Botaro. Ela destacou que, A Oracle, por exemplo, hoje conta com 30% de mulheres globalmente. “As empresas têm o poder de mudar a sociedade. Muito do movimento que está acontecendo hoje no setor público é puxado pelas empresas”, disse. 



Sem comentários ainda. Please sign in to comment.