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Plataforma do Biofuturo lança relatório durante a COP 24

Biocombustíveis

Plataforma do Biofuturo lança relatório durante a COP 24

 

A Plataforma do Biofuturo, iniciativa que conta com o apoio do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), lançou ontem (10), durante a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 24), o documento “Criando o Biofuturo: um relatório sobre o estado da bioeconomia de baixo carbono”. O evento acontece até o dia 14, em Katowice, na Polônia. 

O relatório foi feito com base em uma consulta estruturada realizada pelo CGEE, utilizando a ferramenta Insight Survey do Centro, destinada à elaboração de consultas estruturadas e análises de percepção. De acordo com o texto, as metas mundiais de redução de gases de efeito estufa não poderão ser alcançadas sem maior uso de biocombustíveis e bioprodutos. O relatório revela, ainda, as maiores barreiras que impedem novos avanços. 

Entre elas, o suprimento insuficiente, não confiável ou caro de matéria-prima de fonte sustentável para uso na produção de biocombustíveis e outros bioprodutos. O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Edson Duarte, destaca que a principal lição do relatório é que um pacote de medidas bem informadas e elaboradas, combinando apoio ao mercado e à inovação, é fundamental para produzir biocombustíveis, bioenergia e bioprodutos de maneira sustentável, na escala que o país necessita. 

“Este é um marco importante para os nossos países trabalharem em metas específicas e planos de ação para a economia de baixo carbono, conforme estabelecido na Declaração de Visão da Biofuture Plataform que publicamos há um ano, em Bonn”, afirma. 

O diretor executivo da Agência Internacional de Energia (IEA), Fatih Birol, ressalta que a bioenergia moderna é o gigante negligenciado do campo de energia renovável. Hoje, a sua quota no consumo total de energias renováveis do mundo é de cerca de 50%, tanto quanto a energia hídrica, eólica, solar e todas as outras energias renováveis juntas. 

“Esperamos que a bioenergia moderna continue a liderar esse campo e tenha grandes perspectivas de crescimento adicional. Mas políticas inteligentes e rigorosas regulamentações de sustentabilidade serão essenciais para atender todo o seu potencial”, diz. 

O ministro do Meio Ambiente, Energia e Habitação da Finlândia, Kimmo Tiilikainen, afirma que a bioenergia é uma ótima maneira de equilibrar a produção variável de eletricidade, principalmente eólica e solar. 

“No entanto, o papel da bioenergia nos setores de produção de calor e de transporte ainda é mais importante e, eu diria, até crucial. É claro que eletrificar o setor de transporte é uma tendência importante, mas com os biocombustíveis podemos alcançar reduções de CO2 rapidamente e com a atual frota de transporte”, lembra. 

De acordo com o relatório, cerca de 130 bilhões de litros de biocombustível foram produzidos em 2016, com um mercado avaliado em aproximadamente US$ 170 bilhões anuais, principalmente referente a etanol de primeira geração e biodiesel. A produção global de biocombustível deve aumentar para mais de US$ 1,1 trilhão por ano, até 2050, para estar alinhada com os cenários de mitigação de mudanças climáticas desenvolvidos pela IEA e pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). 

A íntegra do relatório está disponível neste link

(Com informações da Plataforma do Biofuturo).