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Projeto “Prospecção tecnológica no setor elétrico” é apresentado na Aneel

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Projeto “Prospecção tecnológica no setor elétrico” é apresentado na Aneel

Um projeto que identificou mais de 140 mil especialistas no setor elétrico, envolveu 80 instituições de todo o Brasil e apontou 2,7 mil linhas de P&D, identificando entre elas as que devem ser priorizadas visando a atender a demanda nacional por energia até 2050. Com esses números, a coordenadora do estudo “Prospecção tecnológica no setor elétrico”, Ceres Cavalcanti, apresentou os resultados da iniciativa, no dia 24, para uma plateia composta por mais de 100 representantes do setor, além dos que acompanharam pela internet. O evento foi realizado na sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em Brasília (DF).

A primeira etapa do projeto, diagnóstico da C&T no setor elétrico, foi norteado pela seguinte questão: Qual a situação da CT&I do setor elétrico brasileiro? Para responder essa pergunta, a inciativa se pautou em cinco objetivos: socioambiental; de produção científica e tecnológica; estrutura de ciência, tecnologia e inovação, mercado e estratégico, envolvendo o mapeamento dos especialistas, laboratórios, cursos e a estrutura disponível para pesquisa no país; demanda; e a estratégia de governo. Esses pilares se dividiram em 14 dimensões, que levam a 67 indicadores.

O estudo foi demandado pela Aneel e por dez empresas do setor. De acordo com Cavalcanti, a ideia é fomentar o desenvolvimento tecnológico do setor elétrico brasileiro para assegurar que estejam disponíveis tecnologias que contribuam para garantir a segurança energética, a diminuição das tarifas e a sustentabilidade.

O levantamento aponta que o Brasil conta com grupos de estudos com condições e conhecimento para atuar em 75% das linhas de pesquisa identificadas para o setor elétrico. No entanto, o país ainda se mostra com uma baixa produção de patentes quando comparado com outras nações.

“Conseguimos identificar a vocação do país em determinados temas. Um deles foi em termelétrica, onde o Brasil tem um foco muito grande. Isso por causa da nossa vocação em biomassa. Temos termelétricas de várias fontes, mas a expansão está pautada, principalmente, em gás e biomassa. Outra área interessante é a de fotovoltaica”, afirmou.

Durante o evento, o coordenador-geral de Desenvolvimento e Inovação em Tecnologias Setoriais, Eduardo Lousada, destacou que a prospecção tecnológica é muito importante não apenas para o setor elétrico. “Esses estudos integrados permitem abrir novas sinergias e oportunidades. O CGEE foi projetado no MCTIC para isso. Criamos um fórum aqui que não pode ser desmanchado. Talvez tenhamos que fazer um observatório para acompanhar esse tema”, disse.

Já o secretário adjunto de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grudtner, lembrou que o sistema elétrico nacional supre mais de 80 milhões de unidades consumidoras, tem uma capacidade instalada de mais de 150 mil gigawatts, 30 mil km de linhas de transmissão e uma matriz com mais de 80% de energia renovável. De acordo com ele, o desafio é fazer com que esse sistema integrado funcione de forma segura, prestando um serviço de qualidade, com moticidade e, principalmente, sustentabilidade.

“Esse sistema complexo precisa de muito conhecimento, experiência, treinamento e tecnologia para funcionar e esse trabalho se encaixa perfeitamente nesses desafios. Identificar os pontos necessários de desenvolvimento tecnológico para que possamos trazer a garantia de qualidade e segurança na prestação desse serviço”, analisou.

O diretor da Aneel, Reive Barros dos Santos, ressaltou que o projeto faz parte do planejamento estratégico da Aneel, que será apresentado à sociedade. Para elaborá-lo, foram ouvidas as principais associações do setor. “Nós estabelecemos alguns objetivos que consideramos estratégicos e um deles está alinhado a esse projeto, que é promover um ambiente favorável à eficiência energética e à inovação tecnológica. Essa iniciativa conseguiu identificar as tendências e o potencial do Brasil para que seja possível alcançar determinado patamar de excelência em tecnologia”, afirmou.

As empresas cooperadas que participaram do projeto são: Companhia Energética de São Paulo (Cesp), Companhia Paranaense de Energia (Copel), Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Light, Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) Sul, Paulista e Piratininga, Energética Barra Grande S.A (Baesa), Campos Novos Energia S.A (Enercan) e AES Tietê. As empresas executoras foram o CGEE e a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), esta última tendo atuado como apoio gerencial junto às empresas listadas.

Informações sobre a iniciativa podem ser obtidas no site https://www.cgee.org.br/energia

 



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