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Publicação destaca principais esforços para alcance dos objetivos da Década do Oceano no Brasil

SBPC

Publicação destaca principais esforços para alcance dos objetivos da Década do Oceano no Brasil

  Ascom MCTI
    
 

Lançamento da revista Década do Oceano

A edição especial da Revista Parcerias Estratégicas sobre a Década do Oceano foi lançada na quarta-feira (27) durante a 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC), que é realizada na Universidade de Brasília (UnB). A proposta da revista é divulgar e debater temas relevantes nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, e contribuir com subsídios para a discussão de políticas públicas.

 

O evento de lançamento foi marcado por um debate que reuniu o especialista em aquicultura e pesquisador na gerência de articulação de redes de pesquisa da Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, e também um dos autores de artigo na revista, Eric Arthur Bastos Routledge; a coordenadora-geral de Ciência para Oceano, Antártica e Geociências da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica (CGOA/SEPEF/MCTI), Karen Cope; e a coordenadora do Observatório de Ciência, Tecnologia e Inovação (Octi) do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Adriana Badaró.

 

A publicação do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), já tem 20 anos de existência. A edição especial sobre a Década do Oceano reúne artigos de especialistas que abordam iniciativas em torno da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, que foi declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e se estenderá até 2030.

 

A edição de 114 páginas apresenta sete artigos que abordam os principais esforços brasileiros no intuito de contribuir com o alcance dos objetivos da Década. Os artigos foram produzidos majoritariamente por especialistas brasileiros envolvidos com as iniciativas. As abordagens também destacam: o quanto o oceano é fundamental para a vida na Terra; como o seu uso sustentável tem sido reconhecido nos patamares internacional e nacional; e como decisões políticas fundamentadas na pesquisa e na inovação têm sido importantes neste processo.

 

No Brasil, as iniciativas de implementação da Década são coordenadas pelo Comitê de Assessoramento da Década do Oceano no Brasil, coordenado pelo MCTI e do qual participam 16 representantes institucionais, incluindo área acadêmica, iniciativa privada, sociedade civil, entre outros.  A pasta ministerial, por meio da Coordenação-Geral de Ciência para Oceano, Antártica e Geociências da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica (CGOA/SEPEF) também atua como representante científico do Brasil na Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI), da Unesco.

 

O Brasil foi pioneiro ao produzir um Plano Nacional de Implementação da Década da Ciência Oceânica, que tem a disseminação da cultura oceânica como um dos seus pilares. Destaca-se que o País aderiu à campanha global ‘Drop the S’, que trata os oceanos como um só, afinal estão interconectados como um único sistema.

 

De acordo com a coordenadora da CGOA, a Década e a Agenda 2030, tendo como foco especialmente o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 14, que aborda a vida na água, representam a estrutura central para identificar e abordar as questões mais urgentes relacionadas com o oceano em nível internacional e nacional. Durante o debate de lançamento da publicação, a coordenadora destacou que o oceano cobre cerca de 70%, mas ainda é um ambiente desconhecido, dado que apenas 19% do fundo do oceano é mapeado.

 

Outro aspecto abordado durante as discussões envolveu a assinatura da Declaração de Declaração da “Aliança de Pesquisa e Inovação de Todo o Oceano Atlântico" (em inglês All-Atlantic Ocean Research and Innovation Alliance, AAORIA). O novo marco para a cooperação científica internacional dos países que compartilham o Atlântico é importante para a diplomacia científica à medida que vai propiciar compartilhamento de dados e avanços mais rápidos na pesquisa científicas e desenvolvimento de respostas tecnológicas.

 

Além disso, a coordenadora destacou que o oceano contribui na saúde e bem-estar de todos os seres humanos, além de ser um aliado fundamental na luta contra a mudança climática e fonte de uma cultura significativa, de valores estéticos e recreativos. Sua importância econômica é inquestionável, ao se constituir na principal via de transporte do comércio exterior e gerar milhões empregos diretos e indiretos.

 

O pesquisador da Embrapa destacou que a Aquicultura, que envolve a produção de peixes e de outros organismos em ambiente aquático, que pode ser marinho e doce, está se popularizando no Brasil e apresenta grande potencial, especialmente para a produção de peixes nativos da região. O pesquisador citou dados da FAO, agência da ONU para agricultura e alimento, que atualmente a aquicultura responde por cerca de 53% do pescado no mundo.

 

A coordenadora do observatório do CGEE destacou a relevância da publicação para a difusão de informações científicas e para a promoção de debates sobre temas de interesse estratégico para o desenvolvimento científico e tecnológico nacional.

 

Artigos - O primeiro artigo destaca a Aliança de Pesquisa e Inovação em todo o Atlântico, do Ártico à Antártica, cuja declaração foi assinada neste mês em Washington, e informações para facilitar a percepção sobre qual a contribuição desta Aliança transatlântica para a Década no Brasil. Na sequência, a revista apresenta a iniciativa denominada Escola Azul, uma rede composta por 15 países. No Brasil, o programa Escola Azul é coordenado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e, atualmente, conta com o engajamento de cerca de sete mil alunos e 250 professores.

 

As ações e a organização dos cinco Grupos de Apoio à Mobilização (GAMs), um para cada região do Brasil, são abordados no terceiro artigo. Os GAMs têm como atividades principais a divulgação e compartilhamento de informações, a mobilização e o engajamento, exclusivamente para os temas incluídos nos objetivos da Década da Ciência Oceânica.

 

O artigo ‘A economia em um oceano azul – do desenvolvimento sustentável à inovação’ destaca as oportunidades que a Década do Oceano apresenta, por meio da pesquisa científica, de modo a reduzir os desafios da implementação de projetos de inovação e desenvolvimento tecnológico na oceanografia e, desta forma, impulsionar a economia oceânica sustentável.

 

A revista também apresenta um panorama da aquicultura brasileira, identificando desafios e potencialidades, para então discutir sua internacionalização com o envolvimento da cooperação técnico-científica como força motriz de inovação industrial. Outro assunto destacado envolve a Plataforma de Treinamento e Desenvolvimento de Capacidades para Todo o Atlântico que contempla formação acadêmica, Rede de Universidades Flutuantes do Atlântico e treinamento técnico.

 

A Rede de Infraestruturas de Pesquisa Marinha do Atlântico, uma iniciativa que reúne integrantes das Américas, da África e Europa, fecha os artigos contemplados pela revista. A Rede tem por objetivo de empreender ações que melhorem o uso, o compartilhamento e desenvolvimento de infraestruturas para a pesquisa e o monitoramento marinho do Oceano Atlântico. 

 

A ‘Revista Parcerias Estratégicas – Edição Década do Oceano’ está disponível para download no site do CGEE neste link.

 

Assista à integra do debate sobre a Década da Ciência Oceânica neste link.

 

Fonte: MCTI



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