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Seminário BRICS

Seminário BRICS

Especialistas brasileiros e internacionais e representantes de governos que integram os Brics estão reunidos em Brasília para debater os sistemas de inovação no processo de desenvolvimento dos países que integram o bloco - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A abertura ocorreu nesta terça-feira (26) e o encontro segue até amanhã, no auditório do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB).

“A inovação vem sendo pensada pelos Brics há vários anos, e esperamos que essa atividade ajude os governos a formular políticas públicas na área de sistemas de inovação”, disse o chefe da assessoria de assuntos internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Franklin Silva Netto.

Para ele, a composição do seminário “mostra que os governos do bloco estão escutando os vários atores que podem formar os subsídios para a formulação das políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I)”, afirmou.

O seminário também visa gerar subsídios para a Reunião de Cúpula dos Brics, a ser realizada em julho, em Fortaleza, com os chefes de Estado de cada país. Na ocasião, a presidência do bloco passará, pela segunda vez, para o Brasil. Atualmente, a África do Sul lidera o grupo.

De acordo com Franklin, nesta nova gestão, o governo brasileiro pretende estabelecer agendas comuns entre os países. “Não apenas agrupamentos para formulação de posições conjuntas em fóruns internacionais, mas sim, um grupo que tenha sua própria agenda de CT&I [ciência, tecnologia e inovação]”.

Em Fortaleza, deverá ser elaborado um documento de entendimento elencando as áreas prioritárias, dentre elas, a nanotecnologia e a biotecnologia. “A inovação é transversal; está no centro dos esforços para agregar valor a CT&I e contribuir para o avanço da sociedade. Investir nisso é trazer ciência para dentro do processo produtivo”.

Para o presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Mariano Laplane, é “difícil” imaginar o Brasil no mundo, nos próximos anos, sem levar em conta a articulação com os Brics.

Segundo ele, os cinco países possuem “experiências de décadas” na construção de sistemas de inovação. “É importante definirmos a identidade dos Brics e compartilhar essas experiências que cada país tem na área de inovação”.

Índia, China e África do Sul

Na Índia, os investimentos em CT&I representam 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, informou o professor K.J. Joseph, segundo quem, o país está passando por uma “série de mudanças e procura novas estratégias de desenvolvimento”.

O governo, disse, pretende aumentar a acessibilidade em inovação aliado ao desenvolvimento sustentável. “Nosso objetivo é tornar a Índia uma potência científica”, ressaltou Joseph, ao acrescentar que a Índia construiu um Sistema Nacional de Inovação e está criando conselhos regionais para aumentar os investimentos na área.

A China, por outro lado, tem fomentado políticas de CT&I desde a década de 1980. “Criamos uma terminologia, “inovação natura”, e o nosso objetivo é romper um dos dilemas do país, que tem um crescimento avançado, mas a inovação não acompanha”, disse o professor Xielin Liu. Segundo ele, os investimentos do governo em alta tecnologia representam 10% do PIB chinês atualmente, e a meta é crescer 25% até 2020.

Para o diretor-chefe do Instituto de Pesquisa Econômica de Inovação (Ieri, na sigla original) da Faculdade de Economia e Finanças da Universidade de Tecnologia de Tshwane, na África do Sul, Rasigan Maharajh, os Brics têm a oportunidade de vislumbrar um futuro sustentável, “mas para isso é preciso agir conjuntamente”.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Cassiolato, destacou que os investimentos do governo brasileiro tiveram um “aumento expressivo” nos últimos 10 anos.

Fonte: MCTI



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