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Soluções baseadas na Natureza é tema de seminário realizado pelo CGEE

Sustentabilidade

Soluções baseadas na Natureza é tema de seminário realizado pelo CGEE

As Soluções baseadas na Natureza são uma alternativa sustentável para enfrentar grandes desafios urbanos, como a crise hídrica, e a emergência climática que está acontecendo. A inspiração na natureza para desenhar soluções que forneçam melhor qualidade de vida e resiliência climática é uma aposta que tem ganhado cada vez mais atenção no mundo inteiro.

Por isso, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) promoveu o IV Seminário Internacional de Soluções Baseadas na Natureza (SbN), nesta quinta-feira (02), reunindo especialistas do Brasil e do mundo para palestras. O evento foi realizado no âmbito do Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis (Oics), em parceria com a Fundação Grupo Boticário e a Aliança Bioconexão Urbana.

Na abertura do evento, a diretora do CGEE, Regina Silverio, destacou que o intuito do evento é atrair tomadores de decisão para as plataformas dos parceiros da instituição e do Oics. “O nosso propósito é fazer com que os gestores públicos vejam nessas plataformas instrumentos que possam auxiliar na gestão dos municípios, utilizando as Soluções baseadas na Natureza que não melhoram somente a qualidade de vida dos cidadãos que vivem em ambientes urbanos, mas também podem nos ajudar a mitigar as questões climáticas”, afirmou. 

A analista técnica de meio ambiente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Sofia Zagallo, ressaltou que promover o desenvolvimento sustentável é um desafio para todos os gestores, independente do porte populacional ou da região onde o município está localizado. "A ausência histórica de financiamento federal e de capacitação técnica para a gestão ambiental municipal, aliada às desigualdades sociais e a ação humana sobre o território, criam um cenário desafiador mas também propício para o surgimento de soluções inovadoras, que sejam mais baratas e também inspiradas na natureza", declarou. 

As SbN ajudam a promover maior resiliência às mudanças do clima e qualidade ambiental. Falando sobre isso, o gerente de portfólio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Asher Lessels, afirmou que as mudanças climáticas já estão acontecendo e devem ser prioridade na agenda governamental. "Estamos em uma emergência planetária. As SbN são a maneira mais sustentável para enfrentar esse desafio", disse. 

O secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales, apresentou iniciativas da pasta que fortalecem a sustentabilidade nas cidades. "Em um mundo pós-pandemia, os governos, a academia, empresas e sociedade civil precisam trabalhar de forma colaborativa em busca de alinhamento estratégico para a solução de complexos desafios urbanos, como a segurança hídrica e a extrema desigualdade social, além de fortalecer a resiliência climática e o fomento a economia verde de baixo carbono”, destacou. 

O evento durou a manhã inteira e uma parte da tarde. O primeiro painel foi o internacional, que reuniu autoridades de outros países para uma discussão sobre as ações tomadas fora do Brasil. Em seguida, a equipe do projeto CITinova, realizado pelo MCTI, fez apresentações sobre a iniciativa. Já o painel Cidades e SbN reuniu gestores públicos de diferentes localidades brasileiras, como Recife, Niterói e Distrito Federal, para exibir as ações em sustentabilidade que são utilizadas nas respectivas regiões. Para finalizar, o painel Mulheres e SbN reuniu personalidades femininas que lideram projetos nessa temática. 

 

Sobre o Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis 

O observatório consiste em uma plataforma virtual dedicada ao mapeamento e divulgação de soluções para ambientes urbanos, contextualizadas ao território nacional, por meio de tipologias de cidades-região. Essa esquematização é fundamentada em seis temas, que são: água, resíduos sólidos, mobilidade, energia, ambiente construído e soluções baseadas na natureza. 

O CGEE desenvolve a iniciativa no âmbito do projeto CITinova, realizado pelo MCTI com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente [GEF, na sigla em inglês] e gestão da ONU Meio Ambiente; com a parceria do Instituto Cidades Sustentáveis, da Agência Recife de Inovação (Aries), do Porto Digital e da Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema-DF).


Você pode conferir o seminário, na íntegra, no canal do CGEE no YouTube. Para acessar, clique aqui. 



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Primeira reunião temática para a 5ª CNCTI acontece em São Paulo

5ª CNCTI

Primeira reunião temática para a 5ª CNCTI acontece em São Paulo

Fernanda Oliveira  
    

Reunião temática para a 5ª CNCTI

 

Na terça-feira, dia 12 de dezembro, a Universidade de São Paulo (USP) sediou a primeira Reunião Temática para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI). Sob o tema “Ecossistemas de Inovação”, o encontro foi transmitido em tempo real e alcançou mais de 200 pessoas.

O evento reuniu personalidades da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no país. Dentre eles, Fernando Rizzo, diretor-presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e Anderson Gomes, secretário-adjunto da 5ª CNCTI. Também estiveram presentes gestores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), representantes de universidades brasileiras e de instituições comprometidas com a agenda.

  Fernanda Oliveira
    
 

Jorge Audy, PUC-RS

Organizado por Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e do Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e ex-presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), o evento serviu como um importante espaço de diálogo e reflexões de fomento à inovação no Brasil. “Nosso objetivo é identificar temas-chave que moldarão a agenda da 5ª CNCTI em 2024. Esse encontro é um passo crucial nessa jornada”, destacou Audy. 

Os principais termos e palavras-chave da reunião foram: educação, sustentabilidade, neoindustrialização, pessoas, soluções e problemas reais. O encontro foi organizado em três painéis:

Painel 1 – A pós-graduação e os ecossistemas de inovação

Participantes:

  • Romildo Toledo, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
  • Adenilso Simão, USP;
  • Helena Carasek, Universidade Federal de Goiás (UFG);
  • Luiz Curi, Conselho Nacional de Educação (CNE);
  • Moderador: Rodrigo Reis, Universidade Federal do Pará (UFPA)

O primeiro painel da reunião temática abordou a relação entre os ecossistemas de inovação (parques científicos/tecnológicos, hubs de inovação etc.) e a pesquisa de alto nível produzida no país, com foco na pós-graduação. Foi um espaço de discussão e reflexão sobre como aprimorar, induzir e ampliar a aproximação entre esses dois campos cuja colaboração e visão de impacto são essenciais para o desenvolvimento da ciência e o compartilhamento do conhecimento.

Painel 2 – Os ecossistemas de inovação, o fomento e o desenvolvimento local e nacional

Participantes:

  • Chico Saboya, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e Anprotec;
  • Guilherme Calheiros, MCTI;
  • Adalberto Val, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa);
  • Ado Jorio, Universidade Federal de Minas Gerais  (UFMG);
  • Francilene Gracia, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG);
  • Fabio Guedes, Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap);
  • Moderador: Tony Chierighini, Celta / Fundação Certi 

O segundo painel abordou os ecossistemas de inovação e o seu papel no desenvolvimento local e regional. Dessa reflexão, emergiu a importância da relação entre a inovação e o desenvolvimento não só econômico, mas, principalmente, social e ambiental. Para Audy, organizador do evento, “essa é uma reflexão essencial, que sinaliza para a responsabilidade que nós, no papel de gestores de ecossistemas de inovação, temos que ter com relação ao impacto social e com as missões que devem guiar os projetos e o uso das tecnologias”.

A importância das pessoas no impulsionamento da inovação foi um ponto forte da reflexão. “O desafio das cidades é serem competitivas. No passado, a competitividade girava em torno do acesso à água, às matérias-primas, da posição militar. Hoje, os fatores naturais têm menos relevância.  O foco é a sua capacidade de inovar. E quem cria, quem inova, são as pessoas”, concluiu Chico Saboya, presidente da Embrapii e da Anprotec.

  Fernanda Oliveira
    
  Guila Calheiros, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI

Guila Calheiros, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI enfatizou a importância de vários atores atuarem em torno de uma agenda comum. “Um ecossistema de inovação é composto por instituições e pessoas, operando de forma dinâmica e fluida com agendas compartilhadas. Quando os atores desses sistemas – universidades, instituições de fomento, associações empresariais, governo e outros – têm uma agenda comum, eles compreendem melhor o seu papel e contribuem de forma mais efetiva para o desenvolvimento regional,” explicou.

Painel 3 – O futuro dos ecossistemas de inovação no Brasil

Participantes: 

  • Silvio Meira, Cesar / Porto Digital;
  • Ary Plonski, USP;
  • Ghissia Hauser, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
  • Jorge Audy, PUC-RS;
  • André Wongtschowski, World-Transforming Technologies (WTT);
  • Gesil Segundo, Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec);
  • Moderadora: Sheila Pires, MCTI 
Fernanda Oliveira  
    

Terceiro Painel da reunião temática

 

O terceiro painel abordou o tema do futuro dos ecossistemas no Brasil. Foram identificadas proposições importantes para a construção da temática para os próximos 5-10 anos. O tema da educação aflorou como destaque. “Nós construímos uma espécie de consenso sobre a necessidade de uma transformação na educação brasileira, desde os seus níveis iniciais até a educação pós-graduada, como fundamento para a construção de um ambiente propício à inovação”, destacou Audy.

  Fernanda Oliveira
    
 

Ary Plonski, USP

O professor Ary Plonski, por sua vez, recordou a célebre frase de Arquimedes “Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio e levantarei o mundo” para destacar o papel dos ecossistemas de inovação. “Os ecossistemas contribuem sendo pontos de apoio. É o que faz mover, o que transforma os espaços e traz as mudanças de que precisamos”. O professor titular da USP falou, ainda, sobre a importância de se mover em direção a uma missão clara, objetiva e com capacidade de ser medida, usando exemplos das iniciativas estadunidenses de moonshot thinking, como o projeto de levar o homem à Lua e o recente cancer moonshot.

Em sua fala de encerramento, o professor Anderson concluiu que o encontro foi muito produtivo e cumpriu com a sua missão de reunir um conjunto de recomendações para a 5ª CNCTI. “Estou certo de que muita coisa ainda vai repercutir até lá”, afirmou. 

O diretor-presidente, Fernando Rizzo, também avaliou como produtiva a reunião. “O encontro foi muito importante e positivo porque inaugurou as reuniões temáticas com a participação de pessoas-chaves na temática dos ecossistemas de inovação. A discussão gerou reflexões muito relevantes para a agenda da Conferência Nacional, inclusive a necessidade de incluir a Capes nessa pauta”, disse.

Fernanda Oliveira  
    

Anderson Gomes e Fernando Rizzo, CGEE

 

Além de favorecer o intercâmbio de conhecimento e reunir reflexões que vão pautar a conferência de junho, assim como os demais encontros preparatórios, esta primeira reunião temática será consolidada em um documento síntese. Além desse produto, a reunião gestou um novo encontro, dessa vez, na modalidade conferência livre, previsto para acontecer em janeiro, em Brasília.

A reunião temática sobre ecossistemas de inovação foi gravada e pode ser assistida aqui.

As reuniões temáticas fazem parte de um conjunto de eventos preparatórios para a 5ª CNCTI, que acontecerá em junho, em Brasília.

Saiba mais:

Matéria Anprotec: Reunião Temática – 5ª Conferência Nacional de C,T&I: painel destaca o papel dos ecossistemas de inovação no desenvolvimento regional