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Divulgação científica é debatida na 67ª Reunião da SBPC

MCTIC

Divulgação científica é debatida na 67ª Reunião da SBPC

O diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do MCTI, Douglas Falcão, apresentou os instrumentos do Governo Federal para fomentar as atividades científicas-culturais.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) investiu R$ 142,5 milhões, entre 2003 e 2014, em atividades de divulgação e popularização da ciência. Os dados foram apresentados, nesta quinta-feira (16), pelo diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do MCTI, Douglas Falcão, em debate na 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece em São Carlos (SP).

Falcão recordou os dados do estudo Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil, lançado nesta segunda-feira (13), que apontou crescimento, na última década, na visitação a espaços científico-culturais e na participação em atividades públicas de popularização da ciência, como feiras e olimpíadas científicas. "O brasileiro vai a essas atividades, mas elas precisam ser ofertadas", ponderou o diretor do departamento, que está vinculado à Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social (Secis). O debate foi organizado pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

De 2006 a 2015, cresceram as participações em feiras e olimpíadas (de 13% para 21%), em atividades da Semana Nacional de C&T (de 3% para 8%) e a visitação a museus e centros de C&T (de 4% para 12%).  "Hoje, no Brasil, temos de fato uma política pública de divulgação científica. Ela começou a ser construída em 2003 e deve continuar sendo aprimorada", disse Falcão.

A Secis opera sete mecanismos de apoio a eventos e atividades científicas e tecnológicas. Dos recursos investidos pela pasta na área de popularização da ciência, 30% foram destinados a feiras e mostras científicas, 23% foram revertidos em apoio à expansão de centros e museus de ciência, 16% apoiaram a realização de olimpíadas científicas e 4% ações relacionadas aos Anos Internacionais. O restante foi aplicado em divulgação de C&T em geral, ciência móvel e eventos acadêmicos.

Na opinião do diretor, o desafio é ampliar o alcance das atividades, principalmente para comunidades quilombolas, ribeirinhos, deficientes visuais, pessoas como mobilidade reduzida, entre outros públicos. "O MCTI continuará com os editais de apoio a feiras e olimpíadas do conhecimento e tem buscado a aproximação com a iniciativa privada para ampliar os recursos destinados à divulgação científica", explicou Falcão. Ele lembrou ainda que os organizadores desses eventos podem procurar também outras fontes de financiamento, como as emendas parlamentares.

SNCT e Obmep

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e a Olimpíada de Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) foram citadas pelo diretor do MCTI como as maiores ações da Pasta no âmbito da divulgação do conhecimento científico. De acordo com Douglas Falcão, em 2014, a SNCT atingiu 905 municípios. Na primeira edição, realizada em 2003, 250 cidades participaram da SNCT. "A expectativa é de que neste ano sejam atingidos 1 mil municípios", disse.

A Obmep é a maior olimpíada de conhecimento do mundo. Em 2015, a atividade envolveu 17,9 milhões de alunos de 47.581 escolas de 99,8% dos municípios brasileiros. A olimpíada é uma realização do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), organização social supervisionada pelo MCTI. O objetivo do evento é estimular o estudo da matemática e revelar talentos na área.

A ciência e a divulgação

Também participaram da mesa a professora da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Maria Figueiredo, e o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Adalberto Val. Eles abordaram o papel do cientista no esforço pela divulgação do trabalho realizado.

Segundo Figueiredo, a divulgação cientifica deveria fazer parte da prática universitária. "Hoje temos a tarefa de estimular o estudante a se preparar para a tarefa de divulgar o resultado do seu trabalho, além de deixar claro que o processo deve ser feito com ética".

Adalberto Val recordou que a evolução das tecnologias da informação e comunicação tem revolucionado a propagação do conhecimento. "O Portal de Periódicos da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], por exemplo, teve no último ano mais de 110 milhões de acessos", disse, ao recordar a logística montada por pesquisadores da região Norte, na década de 1980, para buscar artigos científicos em bibliotecas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Ele destacou ainda a necessidade do envolvimento de profissionais de comunicação e de divulgação científica para levar os temas das bancadas dos laboratórios para as casas. "Esse pessoal sabe utilizar a linguagem correta para decodificar a informação científica que está sendo produzida. A socialização da informação deve também ser feita por instrumentos como jornais, músicas, teatro e cinemas", finalizou.


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