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Pesquisa aponta que aumenta o interesse do brasileiro por ciência e tecnologia

DM

Pesquisa aponta que aumenta o interesse do brasileiro por ciência e tecnologia

14/07/2015

Comunidade científica se une em reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em sua 67ª edição. Com 241 atividades, encontro divulga estudo que aponta maior procura por descobertas

Agência Brasil

A comunidade científica brasileira está reunida na Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, com foco na 67ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Este ano o tema do encontro é Luz, Ciência e Ação, em homenagem ao Ano Internacional da Luz, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Cientistas renomados compartilham conhecimento sobre o universo, diferentes tipos de energia, nanotecnologia, robótica e tudo o mais que se pode imaginar, além de atrações culturais e grandes exposições de ciência e tecnologia para todas as idades.

O encontro vai até o próximo sábado (18) e programou 241 atividades como conferências, mesas-redondas e minicursos, além de grandes exposições que mostram os principais projetos da ciência brasileira.

Os auditórios e exposições lotados confirmam o resultado da pesquisa Percepção Pública da C&T no Brasil, divulgada ontem. O levantamento, feito pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), mostra que os brasileiros têm grande interesse pela ciência. De acordo com a pesquisa, 73% dos brasileiros acreditam que ciência e tecnologia trazem mais benefícios do que malefícios para a humanidade.

Apesar de o interesse ser grande, os brasileiros alegam ter pouco acesso à informação científica. Pela pesquisa, somente 6% dos entrevistados lembram-se do nome de algum cientista brasileiro e apenas 12% lembram-se do nome de instituições de pesquisa. Para o  presidente da Academia Brasileira de Ciência, Jacob Palis, a difusão científica deve passar também pela criação de celebridades.

Ele citou como exemplo o cientista Artur Ávila, 37 anos, o primeiro matemático do hemisfério sul, formado no hemisfério sul, a ganhar a medalha Fields, considerada o Prêmio Nobel de Matemática. “Temos que por o foco nele. Se não tivermos heróis, fica difícil. A sociedade está muito distraída, precisa de referências”, salientou.

A presidente da SBPC, Helena Nader, concorda. Para ela, assim como os ídolos do esporte motivam novos atletas, na área científica precisa acontecer o mesmo. “Se a gente conseguir romper essa barreira, os jovens podem querer ser cientistas e professores”, avaliou.

A pesquisadora Ana Carolina Zeri, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), explica, em um dos estandes da Expo C&T, sobre as aplicações da luz na ciência – uma das principais atrações da reunião de São Carlos. Ela trabalha com ressonância magnética nuclear, técnica usada para determinar a estrutura de moléculas e que tem aplicações.

Ana Carolina atua na Organização Não Governamental (ONG) Anhumas-Quero-Quero, apresentando a ciência para crianças de baixa renda, em um laboratório montado no Parque Ecológico de Campinas, e fala dos efeitos do conhecimento nas pessoas. Ela diz que quase todos ficam encantados com os microscópios. “Ver um pouquinho de água parada com um monte de bicho, por exemplo, abre a cabeça. As crianças mudam a visão de mundo e passam a ter outras ideias”, destacou.

Ela acredita que além de despertar a vontade de ser cientista, a proximidade com a ciência ajuda a formar o pensamento crítico e a fazer boas escolhas. Essa alfabetização científica é importante na hora do voto e de apoiar, ou não, uma nova tecnologia na área de saúde ou energia, por exemplo.


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