Voltar

Pesquisa aponta que brasileiro se interessa por ciência e tecnologia

Fapergs

Pesquisa aponta que brasileiro se interessa por ciência e tecnologia

14/07/2015

A maioria dos brasileiros (61%) tem interesse em temas da área de ciência e tecnologia, embora o acesso à informação seja restrito principalmente na população de baixa escolaridade. A constatação é da edição 2015 da pesquisa sobre percepção pública da C&T, realizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). 

O estudo foi divulgado nesta segunda-feira, 13/7, pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, em coletiva à imprensa na 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), principal evento científico da America Latina que, neste ano, ocorre na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), interior paulista. 

Foram consultadas quase duas mil pessoas com 16 anos ou mais, de todas as regiões brasileiras, no período de 22 de dezembro de 2004 a 16 de março deste ano. 

Embora seja elevado o interesse dos brasileiros (61%) pelo tema, o interesse diminuiu se comparado aos 65% registrados na última pesquisa, de 2006. Mesmo assim, o percentual supera o da União Europeia, onde os interessados pela ciência e tecnologia representam 53% da amostragem. Países desenvolvidos como Estados Unidos e alguns da Europa são pioneiros nesse tipo de pesquisa, conforme o CGEE. 

O objetivo da pesquisa, segundo o ministro Aldo Rebelo, é orientar as ações, as iniciativas e as políticas públicas na área de ciência e tecnologia. A intenção é também aperfeiçoar formas de popularizar e ensinar ciências, além entender os motivos que levam os jovens a escolher ou não carreiras científicas. 

O ministro chamou a atenção para a importância da divulgação científica e citou o fato de a pesquisa sinalizar uma interação modesta da ciência com a sociedade. O estudo apontou que apenas seis pessoas em cada grupo de 100 lembram o nome de algum cientista brasileiro, enquanto que somente 12% lembram-se de alguma instituição que faça pesquisa no País. 

Para o ministro, é necessário que o governo, as universidades e instituições, como a SBPC e a Academia Brasileira de Ciências, reforcem as ações de divulgação da ciência no País. 

Benefícios da ciência 
O presidente do CGEE, Mariano Laplane, disse que a percepção do brasileiro é positiva sobre os benefícios que a ciência e tecnologia produzem para a sociedade. A pesquisa apontou que 73% dos entrevistados acreditam que a área trazem mais benefícios do que malefícios para a humanidade. 

O estudo constatou, ainda, que a população é capaz de entender o conhecimento científico e deve ser ouvida nas grandes decisões sobre o tema. Revela, também, que a maioria dos entrevistados (78,1%) considera importante os investimentos em CT&I, sobretudo nas áreas de medicina e saúde, energias alternativas, mudanças climáticas, agricultura e em recursos da Amazônia. 

O vice-presidente da SBPC, o físico Ildeu de Castro Moreira, especialista em divulgação científica, disse ser necessário aumentar a difusão da ciência em sala de aula e as visitas a museus de ciência. Para ele, o interesse da população está relacionado também às condições econômicas. Nesse caso, acredita que a redução do interesse dos brasileiros entre 2006 e 2015 - de 65% para 61%, conforme apontou a pesquisa - deve ser reflexo da piora da conjuntura econômica. 


Clique aqui para ver a matéria original