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Cai a idade média dos doutores no Brasil, diz pesquisa

G1

Cai a idade média dos doutores no Brasil, diz pesquisa

05/07/2016 12h51

Doutores têm, em média, 37 anos e salário de R$ 13,8 mil, diz pesquisa

Levantamento do CGEE também traça perfil dos mestres no país. Estudo mostra que programas de doutorado cresceram 210% em oito anos.

Os professores doutores tinham idade média de 37 anos no Brasil em 2014 e ganhavam salário médio de R$ 13,8 mil, de acordo com estudo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Os números divulgados nesta terça-feira (5) mostram que, em 1996, eles eram dois anos mais velhos.
A tendência também foi verificada entre os pós-graduados com títulos de mestrado. Em 1996, a idade média era de 33,4 anos; em 2014, caiu para 32,3 anos.
A pesquisa do CGEE cruzou dados da RAIS/MTE, Coleta Capes e Plataforma Sucupira/Capes.

Aumento dos programas de pós

A publicação “Mestres e Doutores 2015: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira” revela ainda que o número de programas de mestrado e doutorado no Brasil apresentou, de 1996 a 2014, um crescimento de 205% e 210%, respectivamente.
Em 1996, existiam 1.187 programas de mestrado no Brasil, enquanto que, no ano de 2014, o número desses programas já era de 3.620. No caso dos doutorados, em 1996, existiam 630 programas no Brasil e, no final do período sob análise, 2014, esse número já havia alcançado 1.954.

Emprego

A empregabilidade dos pós-graduados também foi avaliada pela pesquisa. Em um primeiro ponto, o estudo aponta que houve expressivo aumento no contingente de mestres e doutores. Em 2009, o total de mestres era de 277.351 indivíduos, sendo que esse número saltou para 445.562 mestres em 2014.
Nessa faixa de titulação, em 2009, a taxa de emprego formal de mestres era de 66,7%, enquanto no final do período, em 2014, ela chegou a 65,8%. "O mais importante é, certamente, o fato de uma grande proporção dos mestres continuar estudando – fazendo cursos de doutorado – após a titulação no mestrado", apontam os analistas do CGEE.
Entre os doutores, em 2009 eram 98.665 indivíduos, contra 68.143 doutores em 2014. Segundo o estudo, houve um "pequeno crescimento da taxa de emprego formal dos doutores, que passou de 74,8%, em 2009, para 75,5%, em 2014"

Renda: de R$ 19 a R$ 4 mil

No ano de 2014, de acordo com o estudo, a remuneração média dos mestres era de R$ 9.719,00, enquanto a do total de indivíduos com emprego formal, independente de seu nível educacional, era de R$ 2.449. Já no caso dos doutores, a remuneração média foi de R$ 13.861, em valores correntes.

O estudo aponta que a a maior remuneração média dos doutores está entre os empregados especificamente em "entidades empresariais estatais" é de R$ 19,4 mil. Na sequência aparecem: administração pública federal (R$ 15,5 mil), administração pública estadual (R$ 13 mil), entidades sem fins lucrativos (R$ 11,2 mil), entidades empresariais privadas (R$ 10,7 mil), administração pública municipal (R$ 9,8 mil), organizações internacionais (R$ 6,3 mil) e pessoas físicas (R$ 4 mil).
Comparação com outros países Apesar do crescimento do número de títulos de doutorado concedidos no Brasil, o índice ainda é baixo quando comparado a outros países, de acordo com o estudo.
Em 2013, por exemplo, a média brasileira foi de 7,6 doutores formados para cada grupo de 100 mil habitantes. Entre as nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas México (4,2) e Chile (3,4) apresentaram desempenho inferior ao Brasil. Na outra ponta da tabela estão Eslovênia (56,6), Reino Unido (41) e Portugal (39,7).
A publicação também aponta que houve uma desconcentração geográfica da pós-graduação. Em 1996, a maior parte dos mestres e doutores se formou na região Sudeste. Apenas São Paulo e Rio de Janeiro foram responsáveis por 58,8% dos títulos de mestrado e 83,4% dos de doutorado daquele ano, respectivamente.

Em 2014, esses estados responderam, em conjunto, por 36,6% dos mestres e 49,5% dos doutores formados no país.


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