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CGEE analisa degradação neutra da terra no Brasil

Desenvolvimento sustentável

CGEE analisa degradação neutra da terra no Brasil

Com o objetivo de analisar a produção agropecuária e a contribuição do País no alcance de um mundo neutro em termos de degradação de terras, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) produziu a publicação "Degradação neutra de terra: o que significa para o Brasil?". O documento, disponível em português e inglês, reúne conclusões de especialistas sobre o tema. 

Especialistas do CGEE, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) se reuniram em Brasília (DF), em 2015, para discutir as implicações para o Brasil no cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 15. Os ODS são parte de uma agenda de ação estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas, no final do ano passado. O documento define 17 ODS, divididos em 169 metas a serem alcançadas até 2030.

Dessa forma, o documento produzido pelo CGEE expõe as possibilidades de o Brasil cumprir a meta de alcançar a degradação neutra de terra até 2030. Para isso, os especialistas analisaram a existência de terras degradadas no País, a possibilidade de expansão da produção agropecuária com base na recuperação de áreas degradadas, assim como os conhecimentos, as tecnologias e as políticas que o Brasil possui para fazer a recuperação e o aproveitamento dessas terras.

O Brasil dispõe de conhecimentos e tecnologias sobre aproveitamento de terras degradadas que podem ser aplicados, tanto para a produção agrícola e pecuária como para a restauração de ecossistemas. Esses conhecimentos e essas tecnologias estão disponíveis em instituições de pesquisa e desenvolvimento, como a Embrapa e universidades, e já são utilizados em larga escala.

Para os pesquisadores, a adoção da meta 15.3 trará benefícios como a promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres, o impacto positivo à imagem do Brasil como produtor de alimentos, a oportunidade de fortalecer a geração de emprego e a redução da emissão de gases de efeito estufa.

Como desafios, o estudo destaca a necessidade de uniformizar as informações, contemplando a diversidade dos biomas e levando em conta o grau de degradação das terras em cada lugar.          

ODS 15

O ODS 15 busca a proteção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres, assim como um controle sustentável das florestas e controle da desertificação. Além disso, o objetivo prevê o combate à desertificação e a reversão do problema de degradação da terra.

Na publicação, o foco é a meta 15.3, que determina que "até 2030, combater a desertificação, restaurar a terra e o solo degradado, incluindo terrenos afetados por desertificação, secas e cheias, e lutar para alcançar um mundo neutro em termos de degradação do solo".

Degradação Neutra da Terra (DNT)

A degradação de terras ocorre quando o solo perde sua capacidade produtiva e de regulação do ambiente. O solo possui funções de promover o crescimento das plantas, de armazenar e suprir nutrientes. Alterações em seus atributos reduzem o desempenho de suas funções, ocasionando processos de degradação que podem chegar a diferentes graus.

A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD) define a DNT como “um estado em que o montante de recursos de terra saudável e produtiva, necessário para dar suporte aos serviços ecossistêmicos, permanece estável ou aumenta dentro de escalas específicas temporais e espaciais“.

Isso significa que, numa situação de degradação neutra de terra, qualquer degradação que venha a ocorrer em determinada localidade deve ser, pelo menos, compensada pela recuperação de terras já degradadas ou desertificadas em outro local. 

A íntegra do estudo em português pode ser acessada neste link. Já para acessar a versão em inglês do documento, clique aqui



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